Puniçao
Émile Durkheim (1858-1917) Introdução A Sociologia surge no momento de desagregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista. É resultado do trabalho de um conjunto de pensadores que se empenharam em compreender as novas situações sociais, econômicas, políticas e culturais. As conseqüências da rápida industrialização e urbanização levaram ao aumento criminalidade, epide passou a ser um pro investigado e modific Na origem da Soc orlo to view m olismo, da ria.
A sociedade recisava ser entes: Uma que critica a ordem cap•talista, quer transformar a ealidade e sai em defesa do proletariado: o pensamento socialista, orientação das lutas práticas de classe social operária. A outra que quer construir uma ciência para explicar e controlar os fatos sociais para organizar a sociedade: a positivista, pela ordem social. A ciência desempenharia o mesmo papel de conservação social que a religião tivera no feudalismo. É a crença total no poder da ciência como forma de salvar o mundo: o poder deveria ir para as mãos dos cientistas e industriais.
Acreditava que a ciência levaria a sociedade ao progresso e resolveria todos os problemas. Seguindo o pensamento positivista, Emile Durkheim considerava a ordem social fundamental. De forma sistemática, ocupou-se em estabelecer o objeto de estudo da Sociologia e influência nas Ciências Sociais. É considerado um dos pais da Sociologia, pois é ele que vai estruturar, de fato, a ciência sociológica na França, tendo dedicado toda sua carreira ao desenvolvimento dessa ciência, metódlca e rigorosamente objetiva. Preocupou-se em estabelecer o objeto e método para a Sociologia.
Nasceu na região francesa da Alsácia, em 1858. Descendente de judeus franceses e rabinos, frequentou grandes escolas e ormou-se em Filosofia. Tornou- se professor e mais tarde foi estudar Ciências Sociais na Alemanha 1885, onde esses estudos estavam mais avançados. Ministrou o primeiro curso de Sociologia criado em uma universidade francesa. Durante estes estudos, teve contatos com as obras de Augusto Comte e Herbert Spencer que o influenciaram significativamente na tentativa de buscar a cientificidade no estudo das humanidades.
As condições históricas em que viveu: Emile Durkheim viveu a segunda metade do século XIX ao final da Primeira Grande Guerra (1914-1918). Na França, o momento ra marcado pela instabilidade politica e social. É o momento de reorganização política do estado, rompimento das tradições: separação Igreja/Estado, conflitos sociais e grande parte da população em péssimas condições de vida Por outro lado, havia um certo otimismo em virtude do progresso tecnológico e científico. É o momento de expansão do industrialismo, aumento da produção e melhorias em outras áreas, como a educação.
Havia forte crença no racionalismo. Surgem mudanças na forma de pensar e conhecer a natureza e a sociedade, marcados pelo rompimento com o pensamento ominante anterior da Igreja: fé cristã. Pensamento e teoria 10 Para esse pensador “Não existe moralidade fora do contexto social e a moralidade é a grande força coesiva da sociedade. A função básica da sociedade é justamente transmitir valores morais. Durkheim se propôs a construir a Sociologia como uma ciência autônoma, que deveria analisar a sociedade cientificamente, com racionalidade.
Ao mesmo tempo, procurou conhecer cientificamente a sociedade, para que a partir desse conhecimento da ciência pudesse compreender a sociedade e fazer as intervenções necessárias na realidade social, a fim de rdená-la. Tinha uma visão otimista da sociedade industrial. Seguindo aos princípios do Positivismo de Auguste Comte, Durkheim considerava que a ciência poderia, por meio dos conhecimentos e pesquisas, encontrar soluções no sentido de por ordem na sociedade. Durkheim parte dos valores morais como elementos capazes de atenuar os conflitos sociais, adotando uma posição conservadora em relação à crise social de seu tempo.
Acreditava que os conflitos seriam resolvidos pela recuperação dos valores morais, por meio da formação de instituições públicas – o direito ? uma delas, capazes de se impor aos membros da sociedade e estabelecer a ordem. Discordava das ideias socialistas e da ênfase dada aos fatos econômicos nas crises da época. Em suas análises não utilizava conceito de classe social e não considerava importante os fatores econômicos na compreensão dos fatos humanos. Sua explicação buscou oselementos morais, os valores,as regraspara conservação da ordem estabelecida – os chamados aspectos superestruturais.
Estava preocupado com a integração social, ressaltando que grande parte de pessoas passava a maior parte da ocial, ressaltando que grande parte de pessoas passava a maior parte da vida no meio industrial e comercial e esse meio estava desprovido de valores morais. Sua teoria pressupõe: 1. Criação de uma ciência social autônoma distinta das outras ciências humanas que trate dos fatos sociais. 2. Dicotomia entre individuo e sociedade, em que a sociedade prevalece sobre o individuo, pois as regras e os costumes socials, juntamente com suas leis, são independentes do indivíduo e se impõem a ele.
Assim o direito, as crenças, os costumes, não foram criados pelo indivíduo, mas lhe são impostos ao nascer. . O caráter exterior ecoercitivo do fato social, Durheim retira a responsabilidade e capacidade de atuação do homem em transformar sua história. 4. A sociedade como um sistema, em que as instituições desempenham funções que contribuem para a ordem social. Em uma abordagem funcionalista. Segundo esse pensador, para restabelecer a saúde da sociedade era necessaria criar novos hábitos e comportamentos, baseados em valores morais que garantissem a integração social.
A função da Sociologia seria detectar e buscar soluções aos problemas sociais e restaurar a normalidade social, para anutenção e preservação da ordem. Temas e conceitos fundamentais da Sociologia de Durkheim 1. O fato social economia. Os fatos sociais são condutas exteriores ao indivíduo, se impõem a todos e são comuns a todos da sociedade, ou seja, os fatos soclais existem independentes dos Indivíduos. Os fatos sociais possuem três características: a) A exterioridade: os fatos sociais existem antes do nascimento do individuo e atuam sobre ele independente de sua vontade. ) A coercitividade: os fatos sociais exercem força social e força sobre os indivíduos, levando-os a agirem de acordo com as egras estabelecldas pela sociedade. c) A generalidade: os fatos sociais são tomados coletivamente, pelo conjunto da sociedade. É fato social toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior ou, ainda, que é geral em uma determinada sociedade, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais. Os fatos soclais existem fora dos indlviduos, mas são interiorizados e passam a existir em suas consciências.
São externos porque foram transmitidos socialmente aos indivíduos. A educação é um fato social, imposto aos indivíduos, e ressiona-os a girem de acordo com leis, normas, valores, costumes e tradições de uma sociedade. O comportamento dos indivíduos é socialmente determinado e a educação é uma força essencial na conformação do individuo aos padrões morais e sociais de uma sociedade. São fatos soclais: o direito (as regras jurídicas e morais), os dogmas religiosos, os sistemas financeiros, a educação, entre outros.
O direito é um fato social porque apresenta um caráter coercitivo nos indivíduos através de um conjunto de sanções, punições e obrigações. Al terior aos indiv[duos, onjunto de sanções, punições e obrigações. Além disso, é exterior aos indivíduos, visto queas leis, constituições e códigos existem independente da vontade individual, e é geral, posto que muitas pessoas aderem às normas jurídicas num determinado território. Estes fenómenos sociais, inclusive o direito, são internalizados nas consciências individuais através do processo de aprendizagem ou socialização.
A durabilidade destas instituições sociais se consolida porque o processo educativo reproduz nas consciências das novas gerações costumes, tradições e renças consagradas e vistas como naturais pelas gerações adultas. 2. Metodologia: positivismo e objetividade Durkheim segue aposturametodológica deComte, salientando a importância em definir a Sociologia como uma ciência autônoma, com objeto de estudo definido, seguindo o mesmo método das ciências naturais. O objetivo principal do método sociológico é estabelecer como devem ser estudados os fatos sociais.
Em As regras do Método Sociológico define o objeto de estudo, estabelece as regras do método para a investigação sociológica que garantissem à Sociologia o caráter rigoroso e objetivo. Os atos sociais seriam trados dc mesmo modo objetivo dado aos fenômenos físicos, segundo a abordagem metodológica racionalista e positivista: A sociedade é regulada por leis naturais. Os métodos de conhecer a sociedade são os mesmos das ciências da natureza. PAGF 10 ser tratados como coisas, por meio do método de observação e experimentação. 3.
A divisão do trabalho social: solidariedade orgânica. solidariedade mecânica e Para este pensador, a sociedade só pode existir segundo a solidariedade ou sentimento de interdependência que o ser humano possui em relação ao outro. Não é possível existir ociedade sem tal princípio, de tal maneira que a vida coletiva pressupõe, para Durkheim, a formação de um contexto que possui vida própria, para além das vontades individuais. A sociedade se sobrepõe ao indivíduo. Assim, todo grupo existe segundo o desenvolvimento de regras comuns a partir das quais a vida social é possível.
Durkheim considerava que a crescente divisão do trabalho, levava a um aumento da solidariedade entre os homens, pois a especialização das atividades dos indivíduos aumentava a dependência entre eles, unindo-os e reforçando a coesão e solidariedade social. A divisão do trabalho se intensifica em função do aumento do volume da população. Esse aumento leva a uma maior aproximação dos membros da sociedade, no espaço físico, e maior comunicação e interdependência, no espaço social. Em sua obra A divisão do trabalho social, Durkheim relaciona a divisão do trabalho social à ordem moral.
A divisão do trabalho resultaria na relação de cooperaçãoedesolidariedade entre os homens. No entanto, como as transformações sócio- econômicas eram aceleradas nas sociedades européias capitalistas, inexistia um novo e eficiente conjunto de ideias orais que pudesse guiar o com ortamento dos indivíduos, isso levava ao mau func- sociedade. ao mau funcionamento da sociedade. Durkheim identifica a existência na história das sociedades de dois tipos de solidariedade: a mecânica e a orgânica.
A solidariedade mecânica surge nas sociedades simples e tradicionais, onde os indivíduos se identificam por meio da família, da religião, da tradição, dos costumes. É uma sociedade que tem coerência porque os indivíduos ainda não se diferenciaram e reconhecem os mesmos valores, os mesmos sentimentos, os mesmos objetos sagrados, porque pertencem uma coletividade. Os individuos compartilham a tal ponto padrões de conduta que não há grande diferenciação entre eles, pois numa tribo ou cidade do interior, o padrão moral se efetiva sobre os indivíduos a tal ponto que o que é válido para um, também, é aos demais.
Existe uma forte imposição moral nessas sociedades tradicionais. A solidariedade orgânica surge nas sociedades mais complexas e modernas, onde existe uma maior divisão do trabalho e uma maior individualidade, pois as pessoas criam autonomia em relação à consciência coletiva. Por meio da divisão o trabalho social, os indivíduos tornam-se interdependentes, garantindo, assim, a união social, mas não pelos costumes, tradições.
Assim, o efeito mais importante da divisão do trabalho não é o aumento da produtividade, mas a solidariedade que gera entre os homens. Nas grandes cidades industriais, observadas por Durkheim no final do século XIXeinício do XX, as relações sociais náoestavam pautadas pela intensa imposição moral presente nas sociedades simples e tradicionais. A presença do individualismo e da diversidade causavam a perda de coesão e do consenso da vida em sociedade. Na solidariedade orgânica,mesmocom adim de coesão e do consenso da vida em sociedade.
Nasolidariedade orgânica,mesmocom adminuição daforçada consciência coletiva, a interdependência é possível pela divisão do trabalho, no sentido que com a especialização das profissões, cada um fica mais dependente do trabalho do outro: o médico do advogado, este do comerciante, aquele do professor, e assim por diante. Toda sociedade passaria necessariamente da solidariedade mecânica para a orgânica. Ao comparar os dois tipos de formações sociais, simples e complexa, Durkheim conclui que as iferenças estão no tipo de sanção legal predominante, ou seja, é no direito que se tornam visiveis essas diferenças. . O normal e o patológico – o conceito de anomia Durkheim caracterizou o fenômeno social de normal ou patológico. Para ele, o fenômeno pode ser considerado normal se for encontrado na sociedade de forma generalizada, não coloque em risco a integração social e esteja dentro de um determinado nível. O crime é um fenômeno normal, pois é encontrado em todas as sociedades de todos os tipos, é geral, e, ao mesmo tempo em que, ao se impor a punição, serve para lembrar e fortalecer os alores de toda sociedade. Fato social normal é geral, recorrente e que favorece a integração social.
Fato social patológico é excepcional, transitório e põe em risco a integração soc. al. quando a divisão do trabalho não produz solidariedade, ocorre a anomia, ou seja, a ausência de regras. Há uma crise moral resultado das intensas mudanças na sociedade daquele momento, marcada pelo descompasso entre o avanço material e as normas morais e jurídicas. Anomia é uma demonstração de que a sociedade está doente, está sem regras morais. Anomia é uma condição em que as ormas reguladoras do comportamento humano perderam a validade. A validade estaria demonstrada pela força das sanções.
Se as sanções não são aplicadas significa que a eficácia das leis está em perigo, prevalecendo a impunidade. As diferentes funções da nova sociedade industrial não estavam reguladas, visto que existiam constantes conflitos entre empresários de setores distintos por causa da concorrência e entre estes e os trabalhadores assalariados devido às lutas por melhores salários. O desenvolvimento econômico etécnico nao foi acompanhado por um desenvolvimento moral. A sociedade ndustrial passava por uma crise moral, principalmente no setor industrial e comercial.
Neste sentido, o conceito de anomia não deve ser entendido como a total ausência de normas, mas como um período de transição em que as normas morais estão em crise e novos mecanismos de regulação da vida soclal anda não foram instituídos e efetivados. Grandes obras do autor: A Divisão do Trabalho Social, em que estabelece o objeto de estudo da sociologia. AsRegras do Método Sociológico, em queestabelece as bases metodológicas da nova ciência. O Suicídio, Educação e Sociologia, Sociologia e Filosofia, O socialismo.