Taxonomia facetada como interface para facilitar o acesso à informação em bibliotecas digitais

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Taxonomia facetada como interface para facilitar o acesso ? informação em bibliotecas digitais Benildes Coura Moreira dos Santos Maculan (benildes@gmail. com) Mestranda em Ciência da Informação Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG Graduada em Biblioteconomia e doutoranda em Ciência da Informação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Gercina Ângela Barém de Oliveira Lima (glima@eci. ufmg. br) nov. Doutora Ciência da Universidade Federal Graduada em Bibliot In Library Service, Cla Ciências da Informaç * Sumário estrado em Science 93) e doutorado em As bibliotecas digitais comumente oferecem interface de busca om duas formas: 1) busca simples; e 2) busca avançada. Neste artigo, pretende-se apresentar uma interface de busca usando uma taxonomia facetada. A classificação vem sendo aplicada como forma de acomodação de informações visando à recuperação do conteúdo de sites, principalmente no e- commerce.

O fator restringente nos sistemas de recuperação da informação é o modo de representação utilizado, que muitas vezes não permite a transferência e comunicabilidade do conhecimento. Busca-se, com a taxonomia facetada como interface de busca, estruturar os dados de forma flexível, permitindo a opção de cruzamento de informações. Palavras-chave Biblioteca digital, Taxonomia facetada, Interface de busca, Acesso taxonomy.

The classification method is being applied as a way to allocate information to recover a site’s content, especially on e- commerce. The bottle neck of the information recovery systems is the representation they utilize, which sometimes does not allow the transfer and Communicability of knowledge. The objective is to structure the data in a flexible way using the faceted taxonomy as a search interface, making the option to cross information possible. Kewvords Digital library, Faceted taxonomy, Search interfaces, Information access. INTRODUÇÃO No processo de aquisição, ordenação, codificação, normatização e veiculação da informação, esta sofre mutações interpretativas do homem, dependendo do seu estado emocional, sua cultura, conhecimento do assunto tratado, formação ética, moral e cultural, e conforme a forma utilizada para a sua transmissão.

O homem ainda é o elemento que alimenta e disciplina os instrumentos mecânicos. Ele sempre está dos dois lados: na alimentação e na extração. Camargo (1983) afirma que para sobreviver o homem precisa consumir, que para consumir necessita se identificar e economizar, e que, para economizar, ele deve estar bem nformado sobre onde comprar mais por menos. Assim, a informação é essencial à vida da sociedade e vai moldando-a e sendo moldada por ela.

Na realidade contemporânea, não há mais lugar para linearidade, e busca-se e tem-se a necessidade de entrelaçamento de atividades, com a possibilidade de cruzamento de informações. As inovações tecnológicas são antes de tudo um processo de acumulação e ruptura, pois a comunidade científica está, com suas redes de interação e intercâmbio, ampliando o “conhecimento comum”, “a tecnologia compartilhada” e aumentando o “la PAGF intercâmbio, ampliando o “conhecimento comum”, “a tecnologia ompartilhada” e aumentando o “lado público” da tecnologia.

A Lei No. 10. 973, de 2 de dezembro de 2004, conhecida como Lei da Inovação, foi criada pelo Governo brasileiro com o objetivo de estimular a colaboração e o compartilhamento de conhecimento entre universidades, pesquisadores e instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs). Esse é uma primeira iniciativa nacional para acolher a tendência mundial que cria um elo entre o uso do conhecimento tecnológico e a melhoria de vida da sociedade.

Nesse contexto, pressupõe-se que a informação é benéfica à medida que é disponibilizada e utilizada visando subsidiar s decisões que garantam uma melhor qualidade de vida ? sociedade. Isso evidenciou as questões do acesso nas pesquisas em Ciência da Informação (Cl). Nos estudos na área de Cl, o processo de comunicação é abordado no intuito de apreender as propriedades, comportamento e circulação da informação.

Quanto a isso, Borko (1968, p. S) já dizia que em essência, a pesquisa na ciência da informação investiga as propriedades e comportamento da informação, a utilização e a transmissão da informação, bem como o processamento da informação para armazenagem e recuperação ótimas, ssm como as técnicas, tanto manuais como mecânlcas, do processamento da informação para um ótimo armazenamento, recuperação e disseminação.

Pinheiro e Loureiro (1995, on-line) afirmam que, “no âmbito da ciência da informação, a comunicação pode ser entendida, mais apropriadamente, como transferência da informação”. E essa transferência de informação, a princípio, pressupõe a existência de um mediador entre a mensagem e o receptor. Neste artigo, o conceito de transferência de informação ado mediador entre a mensagem e o receptor.

Neste artigo, o conceito de transferência de informação adotado ? o de Novellino (1 996), descrito como a intervenção realizada por sistemas de organização do conhecimento e recuperação da informação em ações comunicativas, entre emissor e receptor, abrangendo a representação, a recuperação e a comunicação da informação. Na Cl é importante a construção de teorias e métodos para a transferência de informação, estabelecendo canais formais para sua comunicação.

Com as mudanças impulsionadas pelas tecnologias, os serviços de transferência de informação se expandiram e vêm sendo redimensionados e arquitetados para se adequarem às ecessidades dos usuános. Nesse sentido, as bibliotecas digitais são consideradas como inovação tecnológica no gerenciamento de conteúdos digitais, e estão sendo utilizadas por bibliotecas, editoras, arquivos e centros de informação, com o objetivo de preservar e disseminar a informação de diversos tipos de conteúdos e formatos digitais.

Em sua implantação, elas precisam também preocupar-se com a questão da usabilidade. O planejamento e implantação de bibliotecas digitais exigem estudos que garantam a validação e adequação do produto final às necessidades dos usuários. Neste artigo, as teorias que nvolvem a Interação Humano-Computador (IHC) dão respaldo aos estudos da usabilidade dentro da pesquisa.

Além disso, as teorias da Cl dão respaldo aos estudos de necessidades, comportamento de busca e uso de informação, assim como ? metodologia empregada na criação da taxonomia facetada. Desde a primeira ideia visionária do MEMEX, de Vanevar Bush, em 1945, as bibliotecas digitais vêm se desenvolvendo no sentido de aprimorar as formas de armazenamento, disponib bibliotecas digitais vêm se desenvolvendo no sentido de aprimorar as formas de armazenamento, disponibilização e acesso às informações contidas em seu banco de dados.

Com efeito, os prmeiros esforços aconteceram em cenário de progresso das tecnologias de comunicação e informação, principalmente em contexto de rede (Internet), para atender, especialmente, a interesses de acadêmicos que buscavam o compartilhamento de informações científicas entre os pares. Compartilhar informações nunca deixou de ser interesse acadêmico-institucional, e as bibliotecas digitais favorecem isso, uma vez que permitem ampliar a relação geográfica entre emissor, os estoques e os usuários da informação.

Nesse sentido, percebe-se a inserção de bibliotecas digitais em universidades acionais e estrangeiras, principalmente com o objetivo de disponibilizar sua produção técnico-cientlfica_ Entre as diferentes iniciativas institucionais, cabe destacar o aumento na implantação de bibliotecas digitais de teses e dissertações (BDTD). Esse fato pode ser observado principalmente após a Portaria 13/2006, instituída pela CAPES — Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

Essa portaria estabelece a obrigatoriedade da divulgação digital das teses e dissertações defendldas nos programas de pós-graduação stricto sensu no país. Uma comunidade cientlfica, segundo Thomas Khun (2006), possui esquisadores com os mesmos interesses científicos, lêem os mesmos tipos de bibliografia, possuem vocabulário próprio (ainda que divergentes em alguns pontos), compartilham de modelos e de abordagens metodológicas comuns, geralmente partindo do resultado de pesquisas já realizadas.

Para esse autor, a comunidade científica é fortalecida à medida que o já realizadas. Para esse autor, a comunidade científica é fortalecida à medida que o conhecimento produzido pode ser transferido e utilizado em novos aspectos de investigação dentro dela, intensificando o uso de suas próprias teorias, métodos e técnicas. Os cientistas em geral, “independentemente de seu campo de conhecimento, têm necessidades de diferentes espécies de informação, a cada estágio da pesquisa, no processo de gerar, disseminar e usar a informação” (Figueira Netto, 1994, p. 9). As buscas em meio eletrônico têm sido mais corriqueiras entre os cientistas e pesquisadores, que procuram, com isso, restringir o tempo gasto para encontrar as informações que necessitam. A partir disso, os serviços prestados pelas bibliotecas têm tentado inovar em suas formas de disponibilização de informações, procurando antecipar-se às demandas dos usuários.

A proposta deste artigo é apresentar a criação de uma taxonomia facetada a partir de teoria do conceito e das categorias de Dahlberg (1 978a; b; c), refletindo sobre seu uso como interface de acesso às informações em bibliotecas digitais de teses e dissertações, atendendo aos atributos de usabilidade. Serão apresentadas as noções de interfaces de acesso em bibliotecas digitais, a metodologia empregada e, em seguida, as taxonomas facetas como instrumento facilitador desse acesso. INTERFACE DE ACESSO No dicionário Michaelis (2009), acessibilidade é a “facilidade de acesso, de obtenção; facilidade no trato”.

No Decreto NO 5. 96, de 2 de Dezembro de 2004, da Presidência da República Acessibilidade [é] condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dis espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade redunda.

Embora o decreto brasileiro pareça restringir-se a portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida, o termo “acessibilidade”, onsiderado de forma stricto sensu, pode ser entendido como a possibilidade de um usuário ter ou não acesso facilitado a uma determinada informação, em qualquer espaço (virtual ou real), de um site ou produto de tecnologia. Nesse contexto, este artigo está interessado na acessibilidade digital, que é permitir que o acesso à informação seja flexível a ponto de tornar-se fácil encontrá-la. para tanto, apresenta uma interface de busca a partir de uma taxonomia facetada.

Toda interface bem projetada deve obedecer a requisitos de usabilidade (ser amigável), permitindo ao usuário extrair da plicação todo o seu poder computacional e utilizá-la de forma confortável. De outra forma, uma interface mal projetada pode se converter em ponto decisivo para a rejeição do sistema, apesar de ser funcional. Na década de 80, o termo user-friendly (amigável para o usuário) foi usado na indústria de softv,’are, mas atualmente o termo mais adequado é usabilidade. Navegar na Internet demanda um comportamento ativo, além de um esforço intelectual para conseguir usar a interface.

Exige, portanto, o aprendizado da interface. Um projeto de interface interativa e profissional deve ontar com usabilidade, característica básica para que seja eficiente e alcance seus objetivos. Pode-se dizer que a usabilidade é uma metodologia cient(fica aplicada na criação e remodelação de interfaces de sites, in PAGF 7 usabilidade é uma metodologia científica aplicada na criação e remodelação de interfaces de sites, intranets, aplicativos, jogos e produtos de modo a torná-las fáceis de aprender e fáceis de usar. ara Dias (2003, p. 25), o termo “usabilidade” é entendido a partir de diferentes abordagens, seja na ergonomia, no esforço mental ou atitude do usuário, na forma de interação com o usuário, na acilidade de uso, no grau de aceitação e nas tarefas específicas realizadas pelos usuários em um determinado ambiente de trabalho. Os estudos sobre interface têm o objetivo de desenvolver modelos teóricos de desempenho e cognição humanos, assim como técnicas efetivas de avaliação de usabilidade.

Além disso, as aplicações devem procurar atingir aplicabilidade e comunicabilidade, proporcionando ao usuário elementos fáceis de usar, aplicar e comunicar (Souza et al. , 1999). Segundo Nielsen (1999), a usabilidade possibilita aos usuários atingir os objetivos com a menor frustração possível, ndependente do ambiente no qual navegam. A tecnologia evolui e com essa evolução surgem novos focos de frustração. Criar designs que minimizem a frustração e envolvam os usuários é um desafio constante e deve ser perseguido pelos desenvolvedores de interfaces.

Qualquer ambiente interativo precisa ter usabilidade, pois ela é condição de aceitação ou não do site, seja ele corporativo, de e-commerce, repositórios ou bibliotecas digitais de teses e dissertações. A usabilidade em bibliotecas digitais será determinada mais pelas características do usuário do que pela tecnologia: a arquitetura de nformação deve possibilitar que os usuários achem facilmente o que procuram, no lugar onde esperam que as informações estejam.

A arquitetura da informa PAGF 8 OF procuram, no lugar onde esperam que as informações estejam. A arquitetura da informação tem o papel de estruturar as informações disponibilizadas, organizando-as de acordo com três níveis de preocupação (Rosenfeld, Monv’ille, 2006): Nível do usuário: característica, preferências, necessidades e comportamento; Nível de conteúdo: tipologia, quantidade, especificidade, escopo, uso e constância; Nível de uso: contexto, localização, objetivo, restriçdes ecnológicas, entre outros.

Neste artigo, aplica-se o conceito de arquitetura da informação adotado por Macedo (2005, p. 6) que a apresenta como “uma metodologia de desenho que se aplica a qualquer ambiente informacional, sendo este compreendido como um espaço localizado em um contexto, constituído por conteúdos em fluxo, que serve a uma comunidade de usuários”. Vale ressaltar o apontado por Vechiato e Vidotti (2009, p. 89), quando afirmam que as pesquisas na CI sobre ambiente informacional digital geralmente limitam-se aos “fluxos informacionais, aos produtos e serviços disponibilizados pelas organizações, ao uso do ambiente às tecnologias empregadas”, sendo, porém, incipientes os estudos sobre: a importância dos usuários na construção de ambientes informacionais digitais, antecedendo a definição de interface e conteúdo; questões relacionadas ? cultura e ao comportamento informacional dos usuários; e a contribuição do que é desenvolvido nesse ambiente para a sociedade (vechiato; Vidotti, 2009, p. 89). A construção da interface proposta neste artigo para a biblioteca digital de teses e dissertações irá usar os princípios de usabilidade e acessibilidade, o que permitirá adequá-la ao objetivo proposto e identificação de novas necessldades dos usuários. Projeto ao objetivo proposto e a identificação de novas necessidades dos usuários. Projetos de bibliotecas digitais têm crescido bastante e é possível verificar grandes vanações nas interfaces disponibilizadas.

Sendo o objetivo primordial de uma biblioteca, seja tradicional ou digital, satisfazer o usuário com a informação que ele necessita, a interface do sistema deve permitir ao usuário opções de busca necessárias e adequadas ao contexto da biblioteca digital oferecendo novas formas de se realizar a consulta, recuperação e isualização do documento. É notória a evolução das interfaces de bibliotecas digitais, que iniciaram com os catálogos eletrônicos on-line, conhecidos na Internet como OPACs (On-line public Access Catalogs), nos quais se fazia consultas padrões por palavra-chave, nome do autor ou titulo da obra.

Atualmente, a biblioteca digital pode oferecer diversificadas opções que vão além dessas consultas padrão. Dentre as opções encontradas em bibliotecas digitais tem-se: Boolean Logic: pesquisa combinações lógicas de múltiplos termos. Fuzzy Expansion: expande a busca por similaridade da escrita ou da pronúncia. Wildcard: expande a busca de uma palavra, partindo de uma origem comum, sem considerar se ela pertence ou não a mesma origem lingü(stica.

Exactly like/stem expansion: expande a busca para variações derivadas da palavra originária. A variação inclui nome, pronome, adjetivo, porém todas as palavras derivadas têm a mesma origem lingüística. Case Sensitivity: serve para ignorar ou não o uso da palavra escrita em maiúscula, minúscula ou de ambas as formas. Stopwords: há um conjunto de palavras que podem ser ignoradas nas buscas. Proximidade: localiza documentos em que os termos especificados ocorram pe

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