Teoria interacionista
Cadernos de Antropologia da Educação pretendem ser uma reflexão sobre os fundamentos antropológicos do processo educativo. O primeiro deles, compara este processo com um caminho de mão dupla, onde ao mesmo tempo que o educador ensina, sente a necessidade de ser ensinado pelo educando. O diálogo confiante entre ambos é essencial para desenvolver ações a sen’iço do desenvolvimento humano. Antropologia e educação: Origens de um diálogo * Neusa Maria Mendes de Gusmão* Resumo:Antropologia e educação constituem hoje, um campo de confrontação em que a compartimentação do saber atribui
Swipe to page à antropologia a con de prática. Dentro de a ambos os lados se ac arn noções, práticas redu coisas separam antr ação, a condição ial, profissionais de • m base em pré- nhecimento. Muitas as muitas outras os une. Neste texto, busca-se ressaltar o que há de comum e de diferente em ambas as áreas com base na existência de um diálogo do passado que possibilite um diálogo futuro. Considera- se assim, a possibilidade de superação dos preconceitos e , neste sentido, apontar para um avanço do conhecimento.
O diálogo entre antropologia e educação, percebido por muitos omo uma “novidade” que se instaura com as transformações da década de 1970, neste século, é mais antigo que isso e reporta- se a um momento crucial da história da ciência antropológica. No âmbito deste artigo, não se poderá dar conta da totalidade dessa história; pretende-se, no enta entanto, chamar a atenção para alguns pontos fundamentais. Antes de mais nada, é necessário que se adentre no pensamento antropológico, em suas bases epistemológicas como ciência e como ciência aplicada, com seus alinhamentos teóricos, avanços e limites.
Aqui parece residir a importância do passado para osso presente, pois somente nesse percurso parece ser possível vencer uma certa instrumentalização da antropologia pela educação, propiciadora de muitos equívocos, e onde, certamente, se terá, como ganho, a superação de estigmas e preconceitos que grassam de ambos os lados dessa fronteira ou desse divisor de águas – a antropologia como ciência, a pedagogia como prática.
Avaliar a questão das diferenças, tão cara à antropologia e tão desafiadora no campo pedagógico justamente por sua característica institucional homogeneizadora, não é uma tarefa simples. Desde sempre, a antropologia e a educação têm se efrontado com universos raciais, étnicos, econômicos, sociais e de genêro, entre tantos outros, como desafios que limitam ou impedem que se atinjam metas, engendrando processos mais universalizantes e democraticos.
No tempo presente, com tantas mudanças numa sociedade que se globaliza, estas questões não so não se encontram resolvidas, como renascem com intensidade perante os contextos em transformação. O diálogo revela como ponto comum a cultura, entendida como instrumento necessário para o homem viver a vida, distinguir os mundos da natureza e da cultura e, ainda, como lugar a partir o qual o homem constrói um saber que envolve processos de socialização e aprendizagem. No primeiro caso trata-se de diferen 18 que envolve processos de socialização e aprendizagem.
No primeiro caso trata-se de diferentes formas de transmissão de conhecimento, de habilidades e aspirações sociais; no segundo, trata-se das formas de transrmss¿o de herança cultural, através de gerações implicando processos de apropriação de conhecimentos, técnicas, tradições e valores. Tudo em acordo com a criação dos homens em situações sociais, concretas e historicamente determinadas. Situações essas, segundo Galli e outros autores, tipicamente pedagógicas e diversas.
Aqui seria possível citar inumeraveis exemplos de diversidade social e de múltiplas situações pedagógicas que precisariam ser relativizadas para ser melhor compreendidas. A Guerra do Fogo La Guerre du Feu França,’canadá, 1981 Direção: Jean-Jacques Annaud A Guerra do Fogo é um filme cujo objetivo vai muito além do entretenimento, trata-se de uma épica aventura embasada em profundo estudo antropológico da era primitiva. O resultado é uma obra altamente Imersiva que leva o espectador a 80. 000 anos a. C. quando o fogo era sinônimo de poder e sobrevivência.
Era algo tão fundamental que a tribo de Homo Sapiens Ulan dos personagens principais – possuia um membro encarregado de manter uma tocha sempre acesa, já que não conheciam a técnica de criação do fogo e tinham de aproveitar as raras fontes naturais. Quando tribos se digladiavam, não bastava derrotar o inimigo, era necessário apagar qualquer vestigio do fogo para que outros não aproveitassem a chama, reduzindo, assim, as chances de remanescência dos nvais. Cada sociedade é ricamente construída e possui características culturais próprias, e emanescência dos rivais.
Cada sociedade é ricamente construída e possui características culturais próprias, elas têm diferentes postura corporal, traje, dieta, níveis de inteligência e de capacidade motora, e toda essa riqueza de nuances é revelada nos encontros entre espécies de hominídeos. Um erro muito comum ao falar sobre A Guerra do Fogo é achar que se trata de um filme mudo, vários usuários do Sitio IMDb cometem essa gafe ao comentá-lo, este é, na verdade, um filme como uma linguagem que ninguém entende, mas todos a interpretam; é um idioma universal que põe o filme acima de odas as barreiras idiomáticas.
O gênio por trás disso: Anthony Burgess, rotelrista, lingülsta e escritor que ficou mundialmente famoso após a adaptação do seu livro Laranja Mecânica para o cinema por Stanley Kubrick- Burgess desenvolveu idiomas com níveis de eficiência distintos, os menos evoluídos abusam de grunhidos e gritos; quanto à tagarela Ika (a garota que segue o trio Ulan), percebemos algumas dezenas de palavras, quase sempre copiosamente repetidas. No total são 350 palavras, dicionarizadas nos extras do DVD.
Para completar as lacunas da arcaica comunicação oral, os primitivos exploram os gestos expressões corporais, coreografados pelo etologista inglês Desmond Morris, que desenvolveu insultos, provocações etc. , como quando Noah vira as costas para Ika e cisca os pés, simbolizando desprezo. As tribos com as quais se deparam os guerreiros ulans são reveladas em escala ascendente de inteligência, até que se defrontam com a sociedade Ivaka, da qual Ika é membro. Os ivakas estão no topo da hierarquia intelectual, Ivaka, da qual Ika é membro.
Os ivakas estão no topo da hierarquia intelectual, eles constroem casas, vivem cercados por armadilhas naturais, têm experiências medicinais, usam o tlatle (arma da era pré-escrita que impulsiona o arremesso de projéteis) e detêm outras tecnologias. Eles se diferenciam mais ainda nas questões sócio-culturais. No encontro com Naoh, o ancião analisa o pênis e o vigor do guerreiro, prepara um banquete e serve-lhe as mulheres mais saudáveis para reprodução… uma eugenia das cavernas, o que revela uma capacidade cognitiva bastante avançada.
Além do mais eles se embriagam, festejam… como nos tempos modernos. Dentre os novos conhecimentos, o mais importante para os ulans, sem dúvida, é técnica de desenvolver o fogo, mas destaco aqui a noção do humor. Quando, no começo da saga, Amoukar (Ron Perlman) é acidentalmente atingido por uma pedra, a gargalhada de Ika é algo incompreensível; mais tarde, depois de um breve convívio com os ivakas, Amoukar deliberadamente atinge Gaw (Nicholas Kadi) e todos experimentam, pela primeira vez, o prazer de uma boa risada.
Da mesma forma descobrem como aprimorar o prazer do sexo, que vai do oportunismo ao ato passlonal. A Guerra do Fogo já foi bem mais popular no Brasil, quando era frequentemente exibido na Sessão da Tarde, da Rede Globo, hoje a transmissão no horário é impossível devido à classificação ndicativa que ficou mais r[gida nos últimos anos. Infelizmente é um filme não tão visto quanto merece e que pode render debates em diversas áreas: sexologia, antropologia, linguística etc. E não devemos nos esquecer que, como um bom filme, ainda é b antropologia, lingüística etc.
E não devemos nos esquecer que, como um bom filme, ainda é bastante divertido. Resenha do filme A guerra do fogo Antes de existir várias teorias a respeito da evolução, havia uma visão que predominava sobre a criação do homem: a hebraica cristã. O livro de gênesis relata: Deus disse: “Façamos o homem a nossa imagem, como nossa emelhança, e que eles dominem sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que rastejam sobre a terra”. Livro da Gênesis, Bíblia.
Essa visão teocêntrica, criacionista, é carregada de dogmas, e tem a necessidade da fé para acreditar. O estudo dessa visão fica a caráter da teologia (Teologia, no sentido literal, é o estudo sobre Deus, theos, “Deus”; + logos, “palavra”, por extensão, “estudo”. Como ciência tem um objeto de estudo: Deus. Como não é possível estudar diretamente um objeto que não vemos e não tocamos, estuda-se Deus a partir da sua revelação. No Cristianismo isto se dá a partir da revelação de Deus na Bíblia. por isso, também se define teologia como um falar a partir de Deus): Retratada por S.
Agostinho em seu estudo sobre a teologia (teologia natural) : a cosmologia fala que, a matéria foi, a princípio, criada por Deus, que lhe depôs no seio os germes específicos de todos os seres. Estes germes, em condições favoráveis, desenvolvem-se na sua plenitude específica. A criação foi, pois, instantânea. A narração dos seis dias não implica distinção ou sucessão de tempo, mas apenas exposição doutrinal das iferenças espécies de criaturas dispostas segundo seis graus de perfeição. Deus não é o tem PAGF 18 perfeição.
Deus não é o tempo, o qual é uma criatura de Deus: o tempo começa com a criação. Já em São Tomás de Aquino o homem surge da união da alma com o corpo; A alma, princípo imaterial, une-se ao corpo como a forma à matéria, o ato ? potência, formando um composto substancial. Da alma recebe o corpo a existência, a vida e todas as outras perfeições. Do corpo recebe a alma, que é substância incompleta, o complemento natural de sua natureza e o material necessário ao pleno esenvolvimento de sua atividade.
A natureza e a existência da alma foi tema de grandes discussões na época das grandes navegações, que, trouxe conseqüências nas culturas indígenas, pois, os colonizadores acredltavam que eles não a possuíam, eles eram animais, seres da floresta, um mero caminho entre a animalidade e a humanidade, levavam uma existência infeliz e miserável, eram preguiçosos, viviam com eterno pavor do sobrenatural, eram atrasados, estúpidos, de uma simplicidade brutal, eram movidos por uma criminalidade congênita, para dar-lhes uma alma era necessário catequizá-los.
Depois da visão gostiniana e tomista, passa a ter a existência do homem um caráter reflexivo e racionalista com Descartes, criticista com Kant e histórica com Hegel, ele também dá ao homem negro um caráter de coisa, objeto de pouco valor. Sendo a antropologia, (estuda o homem como espécie), uma ciência ocidental, tem por fundamento uma representação da concepção do homem sobre a perspectiva do ocidente, que possui forte influência do cristianismo, pela condição histórica da Igreja Católica. Como to ocidente, que possui forte influência do cristianismo, pela condição histórica da Igreja Católica.
Como toda ciência, possui uma natureza zetética, tem seu objeto, método e aplicações, fugindo de conceitos e valores baseados no senso comum, pois podem acabar estabelecendo estereótipos, carregados de juízos de valor, criando até preconceitos. Cabe ao antropólogo se isentar dos valores produzidos, impostos ou condicionantes dos “aparelhos ideológicos do Estado”, Louis Althersser, seja ele, a igreja (religioso), a escola (educacional), jur(dico, político, sindical (Estado) ou sua própria família (grupo ao qual pertence), para poder produzir ciência.
Luiz Henrique Passador relata acerca do ampo da antropologia: O campo da antropologia: “.. é na cultura ocidental que se constitui uma ciência que sistematiza as formas de conhecimento acerca das diferenças culturais. Portanto a antropologia é uma ciência ocidental e sua história resulta das experiências e interpretações históricas vividas e produzidas pelo ocidente”. Luiz Henrique Passador Tendo como partida a ciência antropológica, o filme A Guerra do Fogo (La Guerre du feu, 81, FRA/CAN), de Jean Jacques Annaud, em quase duas horas de filme, consegue trazer uma narrativa da teoria da evolução humana.
O filme se inicia há 80 mil anos atrás, na era cenozóica, período quaternário, época entre o Pleistoceno superior (150 mil anos) ao heloceno (10 mil anos), provavelmente no continente africano, com períodos de grande pluviosidade e vegetação rasteira (savanas), muitos dos animais foram extintos devido a mudanças climáticas, com períodos inter-glaciais a período animais foram extintos devido a mudanças climáticas, com períodos inter-glaciais a períodos de muita umidade, divisões tectônicas, havendo uma seleção natural dos animais que restaram (Teoria da seleção natural de Darwim, onde os mais ortes sobrevivem e os mais fracos perecem). No filme existe um grupo de ancestrais humanos que depende do fogo para proteção e aquecimento. Isso se caracteriza na primeira cena em que um grupo da família de hominídeos, gênero homo, espécie homo sapiens de Neanderthal, (Homo sapiens – homem sábio, homem racional), dorme numa caverna, seu habitat, todos juntos, enquanto alguns hominídeos machos ficam em volta da fogueira, se aquecendo e protegendo o grupo contra possíveis ataques de feras, retratado por lobos, e invasões de outros grupos. Características apresentadas pelo Homo Sapiens de
Neanderthal: é relativamente pequeno, bípede, espinha dorsal curva (em forma de “S”), postura ereta, o ser humano apresenta locomoção bípede completa, este fato proporciona a utilização dos membros anteriores para a manipulação de objetos, por meio da oponibilidade dos polegares, possui crânio mesocéfalo, com cérebro volumoso, rosto proeminente a nariz largo e comprido, maxilar inferior largo, afundado e sem queixo, os homens de Neanderthal viviam em cavernas ou abrigos rochosos, usavam fogo para se aquecer, iluminar e cozinhar, a caça e coleta aram fontes de sua sobrevivência, aperfeiçoou as técnicas a s instrumentos, além da pedra lascada, fez uso intensivo de osso e madeira, era carnívoro e vegetariano, possuíam forma de linguagem, embora não houvesse grande número de sons, enterram seus possuíam forma de linguagem, embora não houvesse grande número de sons, enterram seus mortos com todos seus pertences (elemento característico visto mais tarde pelas sociedades greco-romanas, “A Cidade Antiga, de Fustel de Coulanges”: “Era costume, no fim da cerimônia fúnebre, chamar três vezes a alma do morto pelo nome do falecido, desejando-lhe vida feliz sobre a terra. Diziam-lhe três vezes: Passe bem. — E crescentavam: Que a terra lhe seja leve— tanta era a certeza de que a criatura continuava a viver sobre a terra, conservando a sensação de bem- estar ou de sofrimento. No epitáfio declarava- se que o morto ali repousava, expressão que sobreviveu a essas crenças, e que de século em século chegou até nós. Nós usamos ainda este costume, embora ninguém hoje pense que um ser imortal possa repousar em um túmulo.
Mas antigamente acreditava-se tão firmemente que ali vivia um homem, que nunca deixavam de enterrar junto com o corpo objetos que supunham ser-lhe necessários, como vestidos, vasos e armas. Derramavam- e vinho sobre o túmulo, para matar-lhe a sede; levavam-lhe alimentos, para saciar-lhe a fome. — Degolavam-se cavalos e escravos, pensando que essas criaturas, sepultadas juntamente com os mortos, prestar-lhes-iam serviços dentro do túmulo, como o haviam feito durante a vida. “). Fustel de Coulanges O homem de Neanderthal desapareceu subitamente, por isso, é classificado como subespécie da espécie humana; determinarei o homem de Neanderthal como Grupo 1. O sexo entre esses homin(deos é realizado a base do instinto animal, a reprodução acontecia devido à necessidade desse instinto, mostrado no filme na cen