Vicios de linguagem – artigo
Por Luiz Costa Pereira Jr. Ele chegou furtivo, espalhou-se feito gripe e virou uma compulsão nacional. Em menos de uma década, o gerundismo cavou pelas bordas seu lugar sob os holofotes do país. É o Paulo Coelho da linguagem cotidiana. Nas filas de banco, em reuniões de empresas, ao telefone, nas conversas formais, em e-mails e até nas salas de aula, há sempre alguém que ‘Vai estar passando” o nosso recado, “vai estar analisando” nosso pedido ou “vai poder estar procurando” a chave do carro. É fenômeno democrático, sem distinção de classe, profissão, sexo ou idade.
O gerundismo já foi alvo de tantos e calorosos debates, que mesmo a polêmica em torno dele pode de horas vagas, quas m ora indlferentes. Embora o Sv. içx to do fenômeno, sua po especialistas da língu saraivadas repetidas do mesmo v cio. ie de esporte oucos parecem a para a origem nção não só de ouvidos sensíveis a Principalmente porque, por trás da aparente certeza sintática, podemos estar diante de um fenômeno com implicações semânticas e pragmáticas – seu sentido, a Swipe to view next page alargado ao dia-a-dia, pode dizer algo sobre a própria cultura rasileira, nem sempre lembrada quando se discute o assunto.
O uso repetitivo do gerúndio tem nome próprio: endorréia. Sim, a palavra é parente da diarréia, para alegria dos humoristas. Mas a vítima do gerundismo não é o gerúndio isolado, in natura, é a estrutura “vou estar + gerúndio”, uma perfrase (locução com duas ou três palavras). Em si, a locução “vou estar + gerúndio” é legítima quando comunica a idéia de uma ação que ocorre no momento de outra.
A sentença “vou estar dormindo na hora da novela” é adequada ao sistema da língua, assim como quando há verbos que ndlquem ação ou processo duradouros e contínuos: “amanhã vai estar chovendo” ou “amanhã vou estar trabalhando o dia todo”, por exemplo. Aquilo que se deu o nome de gerundismo se dá quando nós não queremos comunicar essa idéia de eventos ou ações simultâneas, mas antes falar de uma ação específica, pontual, em que a duração não é a preocupação dominante. A coisa piora mesmo quando a idéia de continuidade nem deveria existir na frase. “Vou falar” narra algo que val ocorrer a partir de agora. Vou estar falando” se refere a um futuro em andamento – “estar” dá idéia e permanência no tempo. Ne estar falando” se refere a um futuro em andamento – “estar” dá idéia de permanência no tempo. Nesses casos, o gerúndio é usado em situações mais adequadas ao uso do infinitivo (aquele que não dá idéia de ação em curso, mas de assertiva). É no mínimo forçado falar de uma ação isolada, que se concluiria num ato, como se fosse continua. Quando respondemos ao telefone “vou estar passando o recado”, forçamos a barra para que o recado, que potencialmente tem tudo para ser dado, não tenha mais prazo de validade.
Há um paradoxo semântico porque se dá a impressão de que a ação prometida é duradoura – diz o linguista Sírio Possenti, da universidade de Campinas. Ao adotar o gerúndio numa construção que não o pedia, a pessoa finge indicar uma ação futura com precisão, quando na verdade nao o faz. Para a professora Maria Helena de Moura Neves, da IJnesp e do Mackenzie, autora da Gramática de Usos do Português, o gerundismo faz a informação pontual (em que o foco está na ação) ser transformada numa situação em curso (durativa).
O aspecto pontual é aquele em que um fenômeno é lagrado independentemente da passagem de tempo – o verbo se refere só à ação. São pontuais, por exemplo, expressões como “vou fazer” ou o futuro do presente, PAGF3ÜFd “vou fazer” ou o futuro do presente, “farei”. Resumindo: 8. Concordância verbal e nominal: 9. A concordância nominal é aquela entre os SUBSTANTIVOS e os seus acompanhantes como: ADJETIVOS, NUMERAIS, PRONOMES E ARTIGOS. Aquela partida aconteceu em local aberto. O adjetivo “aberto” concorda com o substantivo “local” Aquela partida acontece em local e hora inoportunos.
O adjetivo “inoportunos” concorda com os substantivos “local” e ‘hora”. Neste caso ele, o adjetivo, deve estar no plural e no masculino. MAS… O adjetivo pode também concordar apenas com o substantivo mais próximo: Aquela partida acontece em local e hora inoportuna. A concordância verbal é aquela entre o VERBO e o SUJEITO de uma oraçao. As pessoas não vieram. O verbo “vieram” concorda em pessoa e número com o sujeito simples “As pessoas”. O pessoal saiu. Neste caso, o verbo “saiu” deve ficar no singular porque o sujeito “o pessoal” passa a idéia d