Manifestações literarias

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TROVADORISMO O trovadorismo é a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Seu surgimento ocorre no mesmo periodo em que Portugal começa a se despontar como nação livre, no século XII; porém, as suas origens dão-se na Provença, de onde vai se espalhar por praticamente toda a Europa.

Apesar disso a lírica medieval galego-portuguesa vai possuir características próprias e um grande produtividade e número considerável de autores conservados A mais antiga manifestação literária galego-portuguesa que se tem notícia é a “Cantiga da Ribeirinha”, também chamada de “Cantiga da Garvaia”, rovavelmente no an por essa cantiga ser o início do Lírica med o ano de 1418, quan S”ipe to view es de Taveirós rasuras na datação). convém-se datar dai Ela se estende até mo em Portugal e na Galiza se inicam os chamados S culos Escuros.

Trovadores eram aqueles que compunham as poesias e as melodias que as acompanhavam, e cantigas são as poesias cantadas. Quem tocava e cantava as poesias recebe o nome de Jogral (normalmente o Jogral era o próprio trovador). As cantigas eram manuscritas e colecionadas nos chamados Cancioneiros (eram livros antigos, que reuniam grande número de trovas). São conhecidos três Cancioneiros: o “Cancioneiro da Ajudai’, o “Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa” e o “Cancioneiro da Vaticana”.

Os tipos de cantigas Dentro do Trovadorismo galego-português, as cantigas costumam ser divididas em: C] Líricas: Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo C] Satíricas: Cantigas de Escárnio e Cantigas de Maldizer A cantiga mais antiga é a da Ribeirinha, Cantiga de Amor Neste tipo de cantiga, o eu-lírico é masculino, e ele sempre canta as qualidades de seu amor, à quem ele trata como superior (para ele, ela é a suserana e ele, o vassalo, reproduzindo, portanto, o istema hierárquico feudal).

Ele canta a dor de amar e não ser correspondido (chamada de coita), e é a sua amada a quem ele se submete, e “presta serviço”, e, por isso, espera beneficio (escrito ben nas trovas). Cantiga de Amigo Este tipo de cantiga não surgiu em Provença como as outras, teve suas origens na Península Ibérica. Nela, o eu-lírico é uma mulher (isso não quer dizer que quem a compunha era mulher), que canta seu amor pelo amigo (amigo = namorado) e se encontra acompanhada de sua mãe e amigas. Normalmente, ela lamenta nas cantigas a ausência do amado.

Outra diferença da cantiga de mor, é que nela não há a relação Suserano x Vassalo, ela é uma mulher do povo. Cantiga de Escárnio Na cantiga de escárnio, o eu-lfrico faz uma sátira a alguma pessoa. Essa sátira era indireta, cheia de duplos sentidos, e o nome da pessoa satirizada não era revelado. Cantiga de Maldizer Ao contrário da cantiga de escárnio, a cantiga de maldizer traz uma sátira dlreta e sem duplos sentidos. É comum a agressão verbal à pessoa satirizada, e muitas vezes, são utilizados até palavrões. O nome da pessoa satirizada pode ou não ser revelado.

As poesias trovadorescas encontram-se reunidas em coleções hamadas cancioneiros. S cioneiros importantes da PAGF 3′ Literatura Portuguesa: – Cancioneiro da Ajuda: possui cerca de 340 poesias – Cancioneiro do Vaticano: com aproximadamente 1205 cantigas, inclusive a obra completa de D. Dinis (o Rei trovador). – Cancioneiro da Biblioteca Nacional: com1647 poesias. Prosa trovadoresca É representada pelas novelas de cavalaria, livros de linguagem, hagiografias e cronicóes. Os livros de linguagem eram uma espécie de arvore genealógica em que constavam listas de nomes de famílias fidalgas.

As hagiografias e os cronicões, textos que ram escritos em latim, possuem pouco valor, pois em verdade têm mais caráter historiográfico que literário. As novelas de cavalaria, originárias da França, eram o resultado da prosificação de canções com temas épicos (canções de gesta). Basicamente, tratavam das aventuras influenciados pela história do Rei Artur. HUMANISMO A época do Humanismo (aproximadamente de 1418 a 1527) cultivaram-se a historiografia, a prosa doutrinária, o teatro, a poesia e as novelas de cavalaria.

O Humanismo foi um movimento ideológico de transição que modificou o pensamento medieval, preparando-o para a vinda do Renascimento ou Classicismo. Essa mudança consistiu principalmente na valorização do homem (antropocentrismo) em oposição ao teocentrismo cultivado durante toda a Idade Média, o que causou uma radical transformação no modo de pensar. Os principais autores dessa época são: Na Historiografia: Fernão Lopes e Rui de pina C] Na Prosa Doutrinária: D.

Duarte Cl Na poesia: Garcia de Rezende C] No teatro: Gil Vicente Historiografia Fernão Lopes: guarda- o Tombo, posto ao qual do Tombo, posto ao qual foi nomeado por D. Duarte em 1418, escreveu a crônica dos reis portugueses da primeira instancia. C] Rui de Pina: vivendo entre os anos de 1440 e 1522, foi Cronista- mor do reino de Portugal. Escreveu 9 crônicas, das quais somente duas seriam de sua própria autoria (as demais eram copiadas das obras de outros autores) Prosa Doutrinária D. Duarte: nasceu em 1391 e morreu em 1438. Filho de D.

João l, subiu ao trono em 1433. A prosa doutrinária de D. Duarte tem como objetivo exaltar as virtudes e chamar a atenção para os pecados. Sua obra é na verdade um tratado moral voltado para a educação da aristocracla. Poesia Garcia de Rezende: Nasceu em meados de 1470 e morreu em 536. organizou O Cancioneiro Geral, em torno de 1516. CLASSICISMO Em Portugal, o Classiclsmo teve inicio em 1527 , quando do retorno do poeta Sá de Miranda de Itália , onde viverá vários anos para estudos. Na bagagem, trazia novas técnicas versificatórias, o “dolce stil nuovo”.

Além de introduzir no país o decassílabo (medida nova) em oposição à redondilha medieval (S ou 7 snabas), que passou a ser chamada de medida velha, trouxe uma nova conceituação artística. Devemos entender, portanto, que Sá de Miranda não trouxe para Portugal apenas um verso de medida iferente, mas um gosto poético mais refinado. O caráter básico do classicismo é exatamente a influência do modelo greco-latino. Daí se originou a atitude racionalista, que via a razão como bem supremo a ser atingido e cultivado.

A LITERATURA DE INFORM denominados de informação, eram cartas de viagem, diários de navegação, tratados descritivos. Em sua maioria, eram textos portugueses, que tinham como objetivo informar ao rei português sobre as colsas existentes no Brasil, o contato com a terra e seus habitantes. Além desses textos, durante o período colonial, aventureiros de árias partes do mundo visitaram o nosso país, deixando relatos que, se não têm grande qualidade literária, fornecem valiosas informações sobre os primeiros tempos de colonização.

Alguns autores desse período: • Pero Vaz de Caminha • Pero Lopes e Souza • pero de Magalhães Gândaro • Fernão Cardim • Gabriel Soares de Souza • Hans Staden • Jean de Lery BARROCO A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII) mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis.

As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista. É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estllo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; espírito e matéria.

Suas características gerais são: • emocional sobre o racio sito é impressionar os PAGF s ‘ tingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio. • busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas; • entrelaçamento entre a arquitetura e escultura; • violentos contrastes de luz e sombra; • pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida. Arte barroca no Brasil É principalmente a Portugal que se liga o barroco brasileiro, seja ele o do norte, seja o de Minas Gerais.

Este último apresenta afinidades notáveis com a arte de Braga e do porto. De inicio ransplantado, o barroco mineiro acabou por se impor ? metrópole, com soluções próprias mesmo no que toca aos elementos estruturais. Coroamento do estilo luso-brasileiro, o barroco não poderia ser visto no Brasil como arte bastarda ou espúria, muito menos decadente, pois é ela nossa verdadeira raiz nacional. Nunca tivemos arte clássica no sentido renascentista; dai a prevalência do barroco, cujos resíduos transparecem até na arquitetura moderna e outras manifestações criadoras.

Quando os jesuítas chegaram ao Brasil, reduzia-se este a vastos campos de catequese e vagas capitanias hereditárias, razão por ue não se pode aplicar o epíteto de contra-reformista à arte religiosa brasileira. Os jesuítas, no Brasil, não viviam em mosteiros como na Idade Média européia: faltava-lhes a atmosfera de recolhimento e sossego peculiar aos claustros. Devido à imposição do meio físico e social, à ambiência tropical e ao objetivo da Companhia de Jesus, que era a doutrina e a catequese, o programa e o partldo, na arquitetura, foram nitidamente orientados.

As igrejas eram amplas (ve PAGF programa e o partido, na arquitetura, foram nitidamente orientados. As igrejas eram amplas (verdadeiras salas de prédica, grejas-salão), com locais para trabalho (aulas e oficinas) e residência. A arquitetura dos mosteiros e conventos, por sua vez, era despojada e austera. No Brasil, como em quase toda a América Latina, importavam- se de início da Europa a pedra de lioz e outros materiais como a cal-de-pedra, com instruções de uso.

Vinham artesãos, monges beneditinos, franciscanos e carmelitas, que foram na verdade os primeiros artistas a trabalharem no Brasil. Mais tarde, quando a evolução da sociedade e sua estratificação em classes passou a exigir retratos, os primeiros exemplares foram feitos em Portugal. ARCADISMO Característico da Europa do século XVIII em seu contexto iluminista e de revolução burguesa, o arcadismo buscou a expressão de um saber mais preciso e natural, tomando por modelo a antiguidade clássica.

Originalmente italiano, passa ? Espanha, a Portugal e ao Brasil da chamada escola mineira. Do ponto de vista ideológico e estético, sua atitude era de reação ao barroco e ao conceptismo (na Itália, particularmente o marinismo) do século XVII, que a essa altura, decadentes, já se tinham tornado meras práticas de ostentação intelectual e social, na empolação e preciosismo de uma linguagem sem substância. Desse modo, para a Arcadia, era preciso restabelecer a perfeição e naturalidade do modelo clássico, sua clareza e bom gosto.

Esses primeiros árcades tomaram como padrão o romance pastonl Arcadia (1 502), de Jacopo Sannazzaro, calcado no bucolismo do poeta grego Teócrito e do latino Virgílio. Outras fontes de inspiração, na Grécia, foram Pindar PAGF 7 poeta grego Teócrito e do latino Virgílio. Outras fontes de inspiração, na Grécia, foram Pindaro e Anacreonte. Seus principais tratadistas teóricos, Ludovico Antonio Muratori e Gian Vincenzo Grawna, trataram de formular a filosofia do movimento, que, na elação com a natureza, já apresenta matizes pré-românticos.

Há também, em tudo isso, a influência do racionalismo iluminista e de um erotismo que é ao mesmo tempo de fundo anacreôntico e de dívida para com Giambattista Marino, como o único traço do barroco a ser mantido pela Arcadia (devendo-se acrescentar, no entanto, que já teria sido o único traço dos clássicos mantido pelo barroco, pelo menos na peninsula italiana). O poeta que melhor realizou os ideais do grupo foi Pietro Metastasio, especialmente na tendência anacreôntica, de louvor do prazer e da vida material.

Arcadismo no Brasil O arcadismo, no Brasil, apareceu quase ao mesmo tempo que em Portugal, propiciado pelo ciclo do ouro e seu embrião de classe média urbana, letrada e inconfidente. Seus representantes estudaram com os jesuítas e quase todos em Coimbra. Há duas fases e atitudes distintas, a épica e neoclássica, representada pelas contribuições de Santa Rita Durão, Cláudio Manuel da Costa e José Basílio da Gama, e a ilustrada e pré-romântica, com Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Silva Alvarenga.

Santa Rita Durão foi o autor do épico Caramuru (1781), primeiro oema a tratar dos indígenas brasileiros e seus costumes, embora a partir da ideologia do catequista e colonizador. Mais propriamente árcade, Cláudio Manuel da Costa oferece nos sonetos neoclássicos de Obras (1768) o melhor lirismo do movimento em terras brasileiras. José Basnio PAGF 8 OF neoclássicos de Obras (1768) o melhor lirismo do movimento em terras brasileiras. José Basílio da Gama, que em viagens pela Europa chegou a se filiar à Arcadia de Roma, mostra-se um épico de liberdade às vezes surpreendente em seu Uraguai (1769), que antecipa o indigenismo.

Nascido em Portugal, Tomás Antônio Gonzaga foi o mais famoso os árcades brasileiros, por sua Marília de Dirceu (1792). Mereceu essa distinção, quer pelas cores locais da lírica desse livro, quer pela virulência das Cartas chilenas, que lhe são atribu[das, pois apresenta em uma e outra obra indícios claros de seu pré- romantismo. Inácio José de Alvarenga Peixoto, carioca, o mais envolvido na Inconfidência, e destroçado por ela, teve suas obras publicadas mais de setenta anos depols da morte, mostrando-se um pré-romântico de traços nativistas.

O nativismo impõe-se com sabor popular nos rondós e madrigais de Glaura (1799), de Silva Alvarenga, ainda mais pré-romântico que seus pares. ROMANTISMO Impetuoso e vital, o romantismo surgiu como um movimento que privilegiava a subjetividade individual, em oposição à estética racionalista clássica, e representou a exaltação do homem, da natureza e do belo. Dá-se o nome de romantismo à tendência estética e filosófica que dominou todas as áreas de pensamento e criação artística de meados do século XVIII a meados do XIX.

Como expressão do espírito de rebeldia, liberdade e independência, o romantismo propôs-se a descortinar o misterioso, o irracional e o imaginativo a vida humana, assim como explorar domínios desconhecidos para libertar a fantasia e a emo 30 reencontrar a natureza e o passado. emoção, reencontrar a natureza e o passado. A importância subjetiva da arte e das ciências no Ocidente acentuou-se a partir do declínio da sociedade medieval, estruturada sobre os dogmas da religião.

A comprovação científica dos fatos substituiu o estabelecimento dogmático das verdades e o culto à arte tornou-se uma das principais alternativas de expressão da espiritualidade entre os intelectuais ocidentais. Filósofos e artistas como Hegel e Berlioz afirmaram ue, para eles, a arte era uma religião. No período romântico, esse fervor aliou-se ao amor, à natureza e à idolatria de homens de gênio, cujo primeiro objeto foi Napoleão. O romantismo elevou a figura do poeta a um papel central de profeta e visionário.

A apreensão da verdade devena se dar diretamente a partir da experiência sensorial e emocional do escritor; a imitação dos modelos clássicos foi abandonada. São criações românticas o mito do artista e do amante incompreendidos e rejeitados pela sociedade ou pela amada. Romantismo no Brasil À época do romantismo europeu, o Brasil mantinha estruturas e latifúndio, escravismo, economia de exportação e uma monarquia conservadora, remanescentes do puro colonialismo: condições socioculturais muito diferentes das encontradas nos países da vanguarda romântica européia.

A partir de 1808, a permanência da corte portuguesa no Brasil transformou cultural e economicamente a vida da colônia, com a implantação da imprensa e do ensino universitário. O subsequente processo de independência, em 1822, ativou ainda mais a efervescência intelectual e nacionalista já instalada. Literatura e teatro O romantismo brasileiro teve na literatura sua máxima expressão e assum

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