Análise do texto “uma galinha”, de clarice lispector

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Análise do Texto Uma Galinha, de Clarice Lispector, com base nos critérios propostos na Avaliação. A proposta desta análise é, não somente dissecar o texto proposto, mas também, examinar alguns conceitos fundamentais necessários ao correto exercício de compreensão de um texto. Desta forma, algumas considerações iniciais sobre Língua, Texto e sua Compreensão e Sentido são necessárias. Língua é um sistema de signos, sons e abstrações que possibilita a comunicação entre indivíduos que estão inseridos nela.

Trata-se de uma estrutura que constrói – de forma geral SWP to p age no sentido de sera f or6 comunicativos serem ue particular (a contribui o pe um dos seus usuária Texto é o discurso. a aos indivíduos ida – de forma ratl à língua) – por cada rticuladas que cria relações de sentido que fazem aquilo que é proferido pelo autor ser assimilado pelo leitor. O texto está imerso nos diversos contextos históricos e sócio-culturais – tanto na sua criação quanto na sua percepção.

Tais contextos alteram o texto (obviamente, nao as palavras, mas os sentidos) ao longo de sua existência, interferindo diretamente nas relações autor-texto- perceptor. Sentido é a informação abst bstrata alocada para cada palavra (ou gesto, ou imagem… ) em um determinado contexto sócio-lingüistico. É responsável por conferir o correto significado contextual às palavras de um texto, de modo a possibilitar a comunicação de forma precisa. A compreensão de um texto não se dá de forma isolada e pura entre o perceptor e o texto.

Há inúmeras relações que alteram os sentidos das palavras no texto e do próprio texto em si: experiências e preferências pessoais, cenário histórico e sócio- cultural, intertextualidades… Assim, o texto é mutável ao longo do tempo e de acordo com o perceptor. Esta mutabilidade cria várias possibilidades de interpretação ativa (e não simplesmente contemplativa). À medlda que a interpretação se desprende da análise bruta das palavras e do texto em si e passa a incorporar a análise das relações entre estes e o perceptor, em vários nlVeis de entendimento, temos a compreensão como inferência.

O texto proposto faz parte do livro Laços de Família, de Clarice Lispector, apresentado na forma de conto. Trata-se de uma narrativa sobre uma galinha que seria o prato principal de um almoço de domingo de uma família. Consegue fugir por alguns instantes, mas é recapturada. Põe um ovo e gera consternação na famllia que dela se allmentaria. É transformada em animal de estimação e, por fim, é comida. que dela se alimentaria. É transformada em animal de estimação e, por fim, é comida.

A autora utiliza-se do almoço de domingo, considerado o mais importante da semana pelas famllias brasileiras, para contar a história de uma galinha que, em sua aparente inércia existencial – apenas mais uma galinha-padrão empreende uma fuga através dos telhados e terraços da vizinhança. A autora utiliza-se de vários elementos com intuito de conferir caráter humano à galinha em questão: a galinha fora devassada m sua “intimidade”, no ato de sua escolha; era “pouco afeita” ? luta pela sobrevivência; estava “sozinha no mundo, sem pai, nem mãe”; “Estúpida, tímida e livre”; aproveitou uma pausa para “gozar sua fuga…

Desta forma, a autora pretende elevar a importância da galinha (da sua psicologia e da sua subjetividade) e, talvez, igualar a galinha aos humanos do conto. Quanto aos próprios humanos, são apresentados como meros coadjuvantes da história. Quase não apresentam postura ativa e suas atitudes durante o conto são respostas aos atos da galinha. Assim, a galinha pode ser tomada como a principal agente do onto, trazendo certa semelhança com as fábulas antropozoomórficas. Um ponto fundamental no texto é a postura de ovo pela galinha. Após ser capturada, a galinha põe um ovo.

A autora explica que seu instinto determina que seja uma mãe dev PAGF3rl(F6 capturada, a galinha põe um ovo. A autora explica que seu instinto determina que seja uma mãe devotada. A partir deste ponto, a galinha passa a ser apenas uma galinha, perde os contornos psicológicos que a autoria havia lhe conferldo e as atitudes da familia em relação a ela passam a ter mais importância. Em dado momento, a autora, explicitando esta udança de perspectiva, lista as capacidades da galinha: a “apatia” e o “sobressalto” A filha é a primeira a intervir em favor da galinha após o “parto”.

Demonstrando, talvez, a simpatia natural que as crianças têm em relação aos animais, e, mais ainda, mostrando a relação quase pessoal que os personagens do texto desenvolvem com a galinha, estabelece: “não mate mais a gallnha, ela pôs um ovo! ela quer o nosso bem! “. Ao que é seguida, após certa demora, pelo pai, que – demonstrando o poder paterno em uma sociedade paternalista e a fraqueza paterna perante o desejo de uma filha – estabelece que a galinha viverá. A única que se abstém de participar do julgamento é a mãe, que acata a decisão da filha e do marido sem questionamentos e, aparentemente, com certo alivio.

Desta forma, a galinha passa a viver com a família, sendo considerada a “rainha da casa”. Tendo um papel central na rotina da família, estabelecendo novos comportamentos nos humanos da casa, apenas a própria galinha desconhece PAGF família, estabelecendo novos comportamentos nos humanos da casa, apenas a própria galinha desconhece sua importância no ambiente familiar. Demonstrando que as mudanças, por menores que sejam, têm o poder de revitalizar um ambiente famillar: a enina que mal chega da escola e já procura o bicho e o pai que se lembra, com certa nostalgia, da perseguição à galinha.

Chegando ao final do conto, percebemos um contraste que vai sendo criado pela autora. Ao ressaltar as características da galinha que lembravam sua grande fuga, vai sendo criado o cenário perfeito para o choque final: a galinha ganha novo apelo psicológico e demonstra certa satisfação com a vida, com seu lar, apesar de ser apenas uma galinha. O ápice do resgate do caráter psicológico da galinha é evidente na passagem na qual a autora propõe que se “fosse dado às alinhas fêmeas cantar, ela não cantaria, mas ficaria muito mais contente”.

A galinha, em sua aparência imutável, ainda poderia ser feliz apenas com a possibilidade de cantar, como se, apenas a posse de um dom, fosse mais importante que o seu usufruto. Neste ponto a galinha é o mais humana possível, ao mesmo tempo em que sua existência como galinha é mais irrefutável ainda, pois a característica fisica da cabeça – a parte mais importante do corpo – em sua espécie e ressaltada pela autora. Neste momento, no qual a mais importante do corpo – em sua espécie é ressaltada pela autora.

Neste momento, no qual a família foi relegada completamente em favor do embate entre a re-humanlzação da galinha e sua condição imutável de galinha, há a grande ruptura do texto. Sem maiores explicações como as houve na fuga, na postura do ovo ou na decisão sobre a vida e a permanência da galinha – o animal é morto e comido. Fazendo um jogo inesperado para o leitor, que percebia uma adaptação natural da galinha ao ambiente familiar e, mais ainda, da família ao bicho. Em apenas duas linhas o destino nos é informado: “até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.

Desta orma, a galinha retorna ao seu propósito Inicial de servir de alimento. A família, aparentemente, não se importou com a morte da galinha, pois, em sua impessoalidade, apenas o que lhes resta é o passar dos anos. Ao final da leitura do texto, fica a impressão de que o evento da galinha foi apenas mais um entre dezenas de outros. Os anos passam e levam a memória do episódio, soterrada por outras, mais recentes ou mais importantes. E a galinha, ao morrer, junta-se à familia no segundo plano do texto, deixando-o carente de uma figura interna central, papel que passa ao leitor, em sua reflexão.

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