Capítulo 1: da diferença às diferenças nas pedagogias diferenciadas: itinerários

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Perrenoud, P. (1997). Pedagogia diferenciada. Das intenções ? acção. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda. Capítulo 1: Da diferença às diferenças nas pedagogias diferenciadas: itinerários O capítulo introdutório desta obra de Perrenoud dá conta da génese do conceito de “pedagogias diferenciadas”, fazendo referência a autores como E-douard Claparéde, Célestin Freinet e Robert Dottrens, que durante a década de 70 deram voz ao movimento que teve como objectivo suprimir o fracasso escolar e as desigualdades. ue deve ser dada à a IS ora as desigualdades me ior,a• ondições para comb Segundo o autor, a p e a importância quais o fracasso e a se poderem criar ar é causadora do fracasso e das desigualdades através das hierarquias de excelência escolar perpetuadas pelo cumprimento de um currículo que é aplicado de igual modo a todos os alunos. Neste contexto, cabe aos professores aplicar programas e directrizes que especificam o que se deve ensinar.

No entanto, escolas e professores detêm alguma autonomia na aplicação dos programas. Segundo o autor, esta autonomia (diferentes interpretações dos objectivos e dos programas) evidencia-se no omento de avaliação, uma vez que o professor avalia aquilo que efectivamente ensinou. Perrenoud, através de um exemplo elucidativo, mostra como estas interpretações são causadoras de desigualdades entre alunos do mesmo grau de ensino.

Para além disso, o autor apresenta o método de avaliação que tem como ob objectivo classificar os alunos através de “itens discriminantes” onde todos são avaliados de acordo com um julgamento instituído pela escola que não tem em conta os percursos pessoals dos alunos. É desta forma que o autor justifica que o fracasso escolar não é uma tradução fiel de desigualdades reais os alunos uma vez que se baseia num julgamento discriminante tendo em conta uma hierarquia de excelência escolar determinada por um determinado programa.

No presente artigo, o autor faz referência à postura da escola face às diferenças sociais, referindo que, no passado, o insucesso escolar era atribuído aos seus antecedentes familiares. Posteriormente, acreditou-se que o insucesso escolar poderia estar relacionado não com o património genético, mas à sua herança cultural. Neste sentido, o autor destaca o papel da indiferença às diferenças como forma de combater a diferenciação que contece mesmo quando o objectivo é favorecer os mais desfavorecidos (discriminação positiva).

Para que tal acontece o autor sugere que se deve lutar por uma pedagogia diferenciada que tenha em conta os percursos individuais e únicos de cada aluno. Só desta forma se poderá combater o acesso igualitário ao mundo do trabalho e à inserção social. Apesar de acreditar que a pedagogia diferenciada não envolve, ainda, todos os professores e agentes do sistema, considera que algumas acções têm já sido levadas a cabo por forma a suprimir as desigualdades escolares.

A título de exemplo, refere métodos que têm como objectivo identificar as caracter[sticas individuais dos alunos com precisão suficiente que lhes permita atribuir “um tratamento pedagógico sobre med PAGFarl(F3 dos alunos com precisão suficiente que lhes permita atribuir “um tratamento pedagógico sobre medida”. No entanto, a adaptação dos métodos de ensino a estas características pessoais dos alunos encontra constrangimentos uma vez é se torna difícil na maioria dos casos o diagnóstico prévio das necessidades de cada aluno e que se cai na tentação de agrupar alunos em clusters com aracterísticas de aprendizagem semelhantes.

Para contornar estes constrangimentos, o autor refere que é necessário desenvolver um processo de ensino/aprendizagem mais centrado nos alunos e nos seus itinerários individuais a que chama (apoiado em outros autores) de individualização dos processos de formação. As progressões nas aprendizagens dos alunos devem ser acompanhadas durante vários anos, o que pressupõe um trabalho interdisciplinar consistente. Os alunos devem ser agrupados de forma ágil e que permitam o sentimento de estabilidade e pertença.

Devem ser desenvolvidos processos instrumentos de orientação das aprendizagens dos alunos de forma individual e progressiva. Em suma, o autor considera que a teoria subjacente ao ideal de escola diferenciada é, de certa forma, uma utopia difícil de concretizar. Os professores e agentes do ensino, habituados a uma estrutura de hierarquização escolar tradlcional e fossllizada, devem olhar para o sistema de ensino como extraterrestres. Por outras palavras, devem ser capazes de vislumbrar a escola como um espaço avesso às desigualdades e onde a todos os alunos é dada a possibilidade de sucesso e de realização pessoal. PAGF3ÜF3

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