Jenkins, h. cultura da convergência
1. Referência JENKINS, H. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2008. 2. Objetivos da obra Em Cultura da Convergência, Jenkins explora como o pensamento convergente está remodelando a cultura popular e como está impactando a relação entre públicos, produtores e conteúdos midiáticos. O objetivo da obra é ajudar pessoas comuns a entender como a convergencia vem i e, ao mesmo tempo, orfi e elas consomem ia e legisladores a entender a perspec a d — , -a speito dessas Sv. pe to view transformações. 3. Hipóteses O argumento de Jenkins é contra a ideia de que a convergência eva ser compreendida principalmente como um processo tecnológico que une múltiplas funções dentro dos mesmos aparelhos. para o autor, a convergência representa uma transformação cultural, na medida em que consumidores são incentivados a procurara novas informações e fazer conexões em meio a conteúdos midiáticos dispersos.
A circulação de conteúdos, portanto, depende da participação ativa desses consumidores. Através da convergência, velhas e novas midias colidem, a midia corporativa e a midia alternativa se cruzam, o poder do produtor de mídia e o poder do consumidor interagem de maneiras Jenkins, a convergência é, nesse sentido, um conceito antigo assumindo novos significados, envolvendo uma transformação tanto na forma de produzir quanto na forma de consumir os melos de comunicação.
Outra hipótese da obra é que a convergência também ocorre quando as pessoas assumem o controle das mídias_ Houve um tempo em que cada meio de comunicação tinha suas próprias e distintas funções e mercados, e cada um era regulado por regimes específicos, dependendo do seu caráter. Hoje são os consumidores que conduzem o processo da convergência. E o autor reforça esse conceito de processo: “a convergência refere- e a um processo, não a um ponto final”.
A convergência altera, portanto, a relação entre tecnologias existentes, indústrias, mercados, gêneros e públicos; altera a lógica pela qual a indústria midiática opera e pela qual os consumidores processam a notícia e o entretenimento. 4. Argumentos principais O livro trata da relação entre três conceitos: convergência dos meios de comunicação, cultura particpativa e inteligência coletiva.
O autor explica cada conceito do seguinte modo: – Convergência: fluxo de conteúdos através de múltiplos suportes midiáticos, cooperação entre múltiplos mercados midiáticos comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicaçao; – Cultura participativa: em vez de produtores e consumidores de mídia ocupando papéis separados, agora eles participam interagindo de acordo com um novo conjunto de regras, que ninguém ainda entende por completo; – Inteligência coletiva: o consumo tornou-se um pr nteligência coletiva: o consumo tornou-se um processo coletivo, nenhum de nós pode saber tudo, cada um de nós sabe alguma coisa, e podemos juntar as peças, se associarmos nossos recursos e unirmos nossas habilidades.
A partir dos conceitos acima, Jenkins descreve a convergência, enos como uma mudança tecnológica dos meios de distribuição, e mais como uma mudança de paradigma: um deslocamento de conteúdo midiático específico em direção a um conteúdo que flui por vários canais, em direção a uma elevada interdependência de sistemas de comunicação, em direção a múltiplos modos de acesso a conteúdos midiáticos e em direção a relações cada vez mais complexas entre a mídia corporativa e a cultura participativa. Como consequência, o autor aponta uma alteração na produção coletiva de significados, na cultura popular, que está começando a mudar o funcionamento das religiões, da ducação, do direito, da política da publicidade e mesmo do setor militar. 5. Citações destacadas “‘Por convergência refiro-me ao fluxo de conteúdos através de múltiplos suportes midiáticos, à cooperação entre múltiplos mercados midiaticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam.
Convergência é uma palavra que consegue definir transformações tecnológicas, mercadológicas, culturais e OENKINS, 2008: 27) “‘Um processo chamado ‘convergência de modos’ está tornando mprecisas as fronteiras entre os meios de comuni PAGF3rl(F6 chamado ‘convergência de modos’ está tornando imprecisas as fronteiras entre os meios de comunicação, mesmo entre as comunicações ponto a ponto, tais como o correio, o telefone e o telégrafo, e as comunicações de massa, como a imprensa, o rádio e a televisão. Um único meio físico – sejam fios, cabos ou ondas – pode transportar serviços que no passado eram oferecidos por um único meio – seja a radiodifusão, a imprensa ou a telefonia – agora pode ser oferecido de várias formas físicas diferentes. ” (POOL, 1983: 23 apud JENKINS, 2008: 35) A midia centralizada, dinossáurica, de um-para-muitos, que rugia e esmagava tudo em que pisava durante o século está muito pouco adaptada ao ambiente tecnológico pós-moderno”. (STERLING, www. deadrnedia. org apud JENKINS, 2008: 38). A velha ideia da convergência era a de que todos os aparelhos iriam convergir num único aparelho central que faria tudo para você (à la controle remoto universal). O que estamos vendo hoje é o hardware divergindo, enquanto o conteúdo converge. ” (CHENSKIN RESEARCH, 2002: 8 apud JENKINS, 2008: 41) “Uma história transmidiática se desenrola através de múltiplos uportes midiáticos, com cada novo texto contribuindo de maneira distinta e valiosa para o todo. Na forma ideal de narrativa transmidiatica, cada meio faz o que faz de melhor — a fim de que uma história possa ser introduzida num filme, ser expandida pela televisão, romances e quadrinhos; seu universo possa ser explorado em games ou experimentado como atração de um parque de diversões. (JENKINS, 2008: 135) “A convergência PAGF experimentado como atração de um parque de diversões. ” (JENKINS, 2008: 135) “A convergência não depende de qualquer mecanismo de distribuição específico. Em vez disso, a convergência representa uma mudança de paradigma – um deslocamento de conteúdo midiático específico em direção a um conteúdo que flui por vários canais, em direção a uma elevada interdependência de sistemas de comunicação, em direção a múltiplos modos de acesso a conteúdos midiáticos e em direção a relações cada vez mais complexas entre a mídia corporativa, de cima para baixo, e a cultura participativa, de baixo para cima. ” (JENKINS, 2008: 310) 6.
Relação com outros autores/obras Autor citado por Jenkins é Pierre Lévy que escreveu, junto om André Lemos, O futuro da internet: em direção a uma ciberdemocracia planetária. A obra analisa as transformações contemporâneas da esfera pública como resultado da expansão do ciberespaço e considera as novas possibilidades de desenvolvimento que essa mudança abre para a democracia, especialmente para a deliberação coletiva. Nessa direção, os autores apresentam e desenvolvem o conceito de ciberdemocracia. Enquanto Jenkins descreve como estamos usando esse poder coletivo principalmente para fins recreativos, Lévy e Lemos avançam e mostram como essa nova cultura, a inteligência oletiva e o poder do público podem e já são utilizados para fins democráticos. 7.
Comentário/ Análise geral da obra Cultura da Convergência de fato faz o leitor mudar a sua visão sobre como os sistemas d o estão se transformando leitor mudar a sua visão sobre como os sistemas de comunicação estão se transformando e as consequências desse processo. Em vez de uma visão simplista de aglutinação de meios de distribuição, o autor demonstra como a palavra convergência consegue definir transformações tecnológicas, mercadológicas, culturais e sociais que estamos vivendo. Jenkins afirma que sistemas de distribuição são apenas e simplesmente tecnologias; já meios de comunicação são também sistemas culturais. Tecnologias de distribuição vêm e vão o tempo todo, mas os meios de comunicação persistem como camadas dentro de um estrato de entretenimento e informação cada vez mais complicado.
Instigante a visão do autor de que a convergência ocorre dentro dos cérebros de consumidores individuais e em suas interações sociais com outros, e que o consumo passou a ser coletivo. Mais instigante ainda a ideia de que no futuro próximo a convergência ão será um sistema completamente integrado, mas um espécie de gambiarra, uma amarração improvisada entre as diferentes tecnologias midiáticas. Outro aspecto interessante da obra é a ponderação que Jenkins faz sobre vários aspectos que são geralmente tomados como absolutos e extremistas. “Alguns temem que os meios de comunicação fujam do controle, outros temem que sejam controlados demais. Alguns vêem um mundo sem gatekeepers, outros um mundo onde os gatekeepers têm um poder sem precedentes. Mais uma vez, a verdade está no meio- terma” (JENKINS, 2008:44).