Pedagogia

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O DIRETOR E A GESTÃO DA ESCOLA Bárbara Barros CHACUR Rodriguesl RESUMO: Este artigo trata de reflexões sobre a atuação do diretor tendo em vista a gestão escolar participativa e democrática. Tem por objetivo estabelecer uma interlocução com autores que atualmente tratam desta questão. Visa discutir o papel do diretor e suas possibilidades de atuação. Palavras-chave: Gestão democrática. Gestor. Escola ABSTRACT: This article contains some considerations about the principal • s work seeing the Swipe nentp way that the school that is have a kind of some writers that is try to discuss about t responsabilities of th tuatlon.

Key word OF9 ‘s the principal step ion nowadays. And nts ways of the Keywords: democratic Administration. Manager. School Considerações Iniciais Embora a gestão escolar seja muito discutida ultimamente em diferentes segmentos da nossa sociedade, na midia televisiva, revistas, sites, nas escolas, no cotidiano do diretor, na academia, é questão polêmica, pois afirmamos que a gestão deva ser democrática e participativa, mas nem sempre é o que está no dizer de profissionais da educação e de alunos.

Por ser tema tao presente na atualidade e por lecionar a disciplina Gestão Escolar no curso de edagogia das faculdades Network tenho especial interesse em trazer algumas questões para pensar a respeito da atuação do diretor numa perspectiva da gestão escolar democrática. Nele pretendo estabelecer uma interlocução entre o pensar e o fazer do diretor de escola, ressaltando o paradigma da gestão escolar democrática. Este trabalho pretende dialogar com a atuação de diretores e com autores que atualmente têm se dedicado ? esta questão.

Ao trazer o tema para discussão com o título O diretor e a gestão da escola, não pretendo afirmar que este seja o único gestor da escola, mas retendo discutir seu papel como gestor da escola tendo em vista a escola democrática e participativa. Acredito que a partir da discussão sobre o lugar do gestor escolar na atualidade, podemos pensar os desafios que estão postos para sua atuação profissional. Desta forma penso contribuir para ampliar as discussões sobre o pensar e o fazer escola democrática, participativa e inclusiva.

Conforme vemos em Saviani (1996, 208) “A escola é uma Instituição de natureza educativa. Ao diretor cabe, então, o papel de garantir o cumprimento da função educativa que é a razão de ser da escola. Nesse sentido, ? preciso dizer que o diretor de escola é antes de tudo, um educador; antes de ser administrador ele deve ser um educador. ” Professora nas Faculdades Network na Graduação e Pós Graduação. Coordenadora do curso de Pedagogia das Faculdades Network.

Professora convidada Escola de Gestores UFSCAR. Diretora do Ensin al de Coordenadora do CEGEP (Centro de Estudos e Gestão Pedagógica de Nova Odessa) Assim, é possível vermos que a escola ocupa lugar de destaque na estrutura do ensino, pensando que esta escola responde perante a comunidade em que está inserida, pois compõe o sistema de ensino. A escola tem a incumbência de fazer o atendimento pedagógico ao aluno,- e o diretor ocupa lugar central nesta estrutura escolar. ? ele quem vai garantir que a escola tenha um bom funcionamento de forma a oferecer aos alunos atendimento pedagógico, garantir o trabalho dos professores, lidar com os conflitos que fazem parte do cotidiano escolar; ou seja, é ele quem vai gerir ou gerenciar a estrutura como um todo. As mudanças tecnológicas e cientificas presentes em nossa sociedade têm influenciado cada vez mais a organização do trabalho escolar e as próprias relações profissionais dentro e ora do espaço escolar (da escola decorrentes especialmente das relações de poder.

Desta forma novas concepções se fazem presentes dentro e fora da escola a respeito da educação e da natureza de seu papel. O diretor, a gestão e a escola. Conforme vemos em Oliveira, Moraes e Dourado (2008, Escola de Gestores UFSCAR) “A função de diretor escolar no Brasil tem se constituído, historicamente, como uma função burocrática. O diretor é aquele que, em geral, responde às instâncias superiores do sistema de ensino (secretarias municipais e estaduais), dando conta do que se passa dentro da escola. ? para o diretor cumbência, dentre outras, 3 DE 9 dentro da escola. ? para o diretor que vem a incumbência, dentre outras, de gerenciar no interior da escola se os professores e funcionários estão executando eficientemente as determinações das secretarias” A proposta aqui é romper com esta idéia de que o diretor de escola deva ser um fiscal, um administrador escolar e pensar sua atuação como gestor escolar, que é aquela pessoa que vai procurar -estando atualizado- articular teoria e prática, integrando seus saberes, de forma a enfrentar os desafios da gestão escolar em sua atuação rofissional.

Desta forma, cabe a ele compreender de forma crítica os princípios norteadores da gestão escolar, ter clareza da contextualização histórica da escola, da organização escolar. E ele que vai junto com a comunidade discutir a construção das ações dentro da e scola que se concretizam no projeto político pedagógico. para tanto precisa debruçar -se sobre a prática da escola, compreender sua organização, articular os espaços de organização.

Tendo em vista o exposto percebemos que o diretor é gestor em conjunto com outros gestores da escola, que são todas as outras pessoas, que ambém fazem parte da escola. De acordo com Navarro (2004, 49-51) “Em uma unidade escolar, normalmente, o diretor assume o papel de coordenador das atividades gerais da escola e, nesse sentido, assume um conjunto de responsabilidades a serem partilhadas com os diferentes segmentos da instituição.

Há alguns anos, o diretor 4DF9 diretor centralizava em suas mãos a tomada de decisões e pouco partilhava com as comunidades local e escolar. A complexidade das tarefas de gestão e organização da escola, o avanço teórico-prático da educação e de sua gestão, a democratização das relações escolares ea ediscussao das formas de escolha dos diretores começam a interferir nessa lógica tradicional de gestão. Isso quer dizer que a organização e a gestão da escola passam a ser assunto dos diferentes segmentos que compõem as comunidades local e escolar.

Nesse cenário, questões como avaliação educacional, planejamento escolar, calendário, projeto político-pedagógico, eleições, festas e muitas outras atividades e decisões contam com a participação cada vez maior dos pais, dos estudantes, dos professores, dos funcionários, entre outros. Essas mudanças acarretam a necessidade de se pensar o rocesso de organização e os mecanismos de participação na escola e, ainda, de estruturar a gestão com a participação de outros membros além do diretor.

Nesse sentido, algumas escolas passam a ter uma equipe gestora, contando com coordenadores, supervisores, vice -diretores), professores etc. , que trabalham coletivamente com o diretor, buscando soluções e alternativas para melhorar o funcionamento das escolas. ” Trago para a discussão os conceitos de Gestão Escola Democracia e suas implicações, S escola está regulamentada pela Constituição de 1988 sendo que no art. 4 emos os princípios de caráter nacional: participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagó gico da escola; Il- participação da comunidade local em conselhos escolares ou equivalentes, Embora exista em forma de legislação nem sempre significa que acontece da forma prevista pois não podemos deixar de lado o contexto da escola e as condições concretas que estão postas para a realização dessa ação.

Conforme Paro (2006, 43) “Falar das potencialidades e obstáculos da participação da população na gestão da escola pública implica elucidar os determinantes imediatos de tal articipação que se encontram que estão localizadas dentro e fora da escola. Com relação aos determinantes Internos ? unidade escolar, podemos falar em quatro tipos de condicionantes: materiais, institucionais, político-sociais ideológicos (… ” Segundo o autor, os condicionantes materiais de participação são as condições concretas dentro da unidade escolar. Apenas a partir de relações democráticas e participativas pode-se pensar a gestão democrática da escola pública. Neste sentido fica evidenciada a necessidade de compartilhamento de poder e tomada de decisões, lançando mão de mecanismos e participação (conselhos, associações de pais, grêmios estudantis, outros). Conforme o autor a partici unidade escolar não se a própria concepção de participação.

Mas afinal, de que tipo de participação estamos falando? É necessário que fique claro que a participação não se traduz apenas na presença em eventos, festas e atividades pedagógicas, mas sim nas decisões da gestão pedagógica, financeira, administrativa da escola. De acordo com Paro, (2006,53) “Outro componente importante presente na visão da escola publica sobre a participação diz respeito à descrença acerca da possibilidade dessa articipação. Na pesquisa realizada pelo autor2 constatou-se que tanto no dizer da escola quanto no dizer dos pais esta descrença aparece no dizer das pessoas. No texto Paro apresenta uma discussão apontando para a necessidade da superação dos fatores dificultadores da gestão democrática como cultura autoritária, ausência de recursos financeiros, desmotivação, falta de estrutura, dentre outros para que de fato a gestão da escola publica seja democrática Como a educação ocorre mediante processo pedagógico. , ? escola compete a tarefa social de educar.

A atividade escolar envolve uma dimensão política, científica e écnica de um pensar e de um fazer3•, conjuntamente, dos profissionais da escola, que é o grupo de trabalho, enfatizando que as ações individuais e isoladas são insuficientes na produção de resultados para o coletivo da escola. 2 Pesquisa apresentada no li r Henrique Gestão da 2006. 3 E vice versa . A escola precisa também rever suas práticas de forma a pensar as ações, realizar as ações pensadas e avaliar as ações pensadas e realizadas de forma a julgar se atendem às necessidades reais daquela escola.

Desta forma, o papel do diretor se transforma em articulador na coordenação da onstrução de diretrizes da instituição, no de facilitador das interações e no de promotor das condições básicas da construção coletiva destas diretrizes. Considerações finais: possibilidades de atuação: fazendo a participação acontecer Nesse sentido, acredito, conforme Oliveira, Moraes e Dourado (2008, Escola de compete ao diretor, dentre outros, o papel de articulador e incentivador da participação e de ações colegiadas na escola.

Nessa ótica, constitui-se um passo fundamental a criação de órgãos colegiados que venham possibilitar o processo de discussão com professores, funcionários, alunos e pais de alunos a tomada de decisão em conjunto acerca das problemáticas em que a escola esteja envolvida, apontando para solução das mesmas. Não se trata de apenas ter o conselho de escola mas garantir que ele realmente seja atuante, participante com vez e voz nas decisões a respeito dos rumos da escola. O que tenho observado em minha rática é que o processo de democratização e de 8 coletivo.

O conhecimento da legislação possibilita ao diretor atuar de forma dinâmica de forma a garantir a democratização das relações de poder dentro da escola. As escolas nas quais os diretores percebem-se como rticuladores da escola, colocandose a serviço da comunidade, que discutem e assumem junto com os demais os problemas da unidade escolar, visando superar os problemas da escola, são as que apresentam melhores resultados, tanto no rendimento dos alunos, quanto na satisfação de pais e professores e funcionários.

O processo de mudança dentro da escola passa pela articulação entre todos aqueles que compõem a unidade escolar consolidando espaços de discussão, sem a ingênua pretensão de imaginar que a escola e o diretor possuem neutralidade política em suas ações. Também temos clareza de que há todo um cenário de entralização de poder dentro e fora da escola e é justamente na luta pela Convido ao leitor a também se empenhar pela causa da gestão democrática escolar rompendo com paradigmas estampados diariamente em nossas idéias e que influenciam nossa s vidas.

Referências bibliográficas NAVARRO, Ignez Pinto. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Programa Nacional de Fortalecimento dos conselhos escolares. vol. 5. p. 49-51 2004. OLIVEIRA, João Ferreira; MORAES, Karine Nunes, e DOURADO, Luiz Fernandes. O papel político-pedagógico do diretor. São Carlos: Escola de Gestores, UFSCAR 2008. g

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