Percepção sobre o brincar: uma pesquisa sobre as brincadeiras infantis

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UNIVERSIDADE DE SOROCABA PRÓ REITORIA DE GRADUAÇÃO PEDAGOGIA Andréa Annunciata to view nut*ge Lucinéia de Lourdes PERCEPÇAO SOBRE O BRINCAR: UMA PESQUISA SOBRE AS BRINCADEIRAS INFANTIS utilizam o brincar para aprender, conviver e conhecer-se. AGRADECIMENTOS Deus, a família, os mestres e os amgos são faróis nos gulando pela vida afora. Agradecemos a todos os que sempre iluminam nossos caminhos! PAGF seguintes autores: Jean Piaget, Lev Semenovich Vigotsky, Gilles Bougére, Adriana Friedmann, e Tizuko kishimoto. Palavras – chave: Brincar.

Infância. Educação. e com o mundo. O brinquedo e o brincar trazem também a interação das rianças ajudando-as a desenvolver com maior facilidade a aprendizagem e o interesse pelos desafios que lhes são colocados. Pela sua importância foi escolhido como tema desse trabalho de conclusão de curso. Temos como objetivos, compreender teoricamente a importância do brincar no desenvolvimento da criança, e identificar as percepções dos adultos sobre essas atividades, e como ela foi desempenhada no passado e nos dias atuais. ara cumprir os objetivos acima, organizamos o trabalho em partes, a primeira com os estudos teóricos e depois uma pesquisa de campo. A liberdade do brincar é de extrema importância para o esenvolvimento da criança e sua compreensão , pois ele ajuda na construção da sua aprendizagem e, pnncpalmente, no seu desenvolvimento cognitivo. Este trabalho mostra também, que o brinquedo e o brincar, quando trabalhados de forma prazerosa tem um papel fundamental no processo de ensino aprendizagem, pois ajudam a criança no seu desenvolvimento, atuando de forma interacionista e mediadora na construção dos saberes.

Apresenta também um painel histórico do brincar desde a época clássica até a nossa atual sociedade. Para uma melhor panorâmica do tema em questão, optamos em elaborar como metod isa, o grupo focal. 34 particular de lidar com as brincadeiras. 2. A LIBERDADE DO BRINCAR Podemos observar que brincar não significa simplesmente recrear-se. Isso porque é a forma mais completa que a criança tem de comunicar-se consi o mesma e com o mundo. Estudiosos e pesquisadores empenh scobrir o fascínio do PAGF s ‘ socializado e prescindir de objetos elou brinquedos.

Com o advento da sociedade industrial no final do século WIII, início do século XIX, na qual predominava a produção de bens em grande escala, a atividade lúdica modifica-se: ela torna-se segmentada, passa a fazer parte especificamente da vida as crianças; ao mesmo tempo torna-se “pedagógica” entrando dentro da escola com objetivos educacionais. (Friedman, 2009,p. 42) Kishimoto (1998,p. 39), professora doutora da Faculdade de Educação da I_JSP, relata que não existe estudos sobre a história do brinquedo no Brasil e, portanto seu artigo é baseado na sociedade francesa.

A autora acima citada aponta, no referido artigo, brinquedos e brincadeiras, e consequentemente o brincar em si, desde a Grécia e Roma antigas, PLATÃO, em Les Lois (1 948), comenta a importância de se aprender brincando, em oposição à utilização da violência e da opressão. Da mesma forma, ARISTÓTELES sugere, para a educação de afianças pequenas, o uso de jogos que imitem atividades sérias, de ocupações adultas, como forma de preparo para a vida futura. Mas, nessa época, ainda não se discutia o emprego do jogo como recurso para o ensino da leitura e do cálculo. ( KISHIMOTO,1998, p. 39).

A autora ainda faz observações históricas sobre o brincar ao longo do tempo, mas é no século WIII que se expande a imagem da criança como ser distinto do adulto e o brincar destaca-se como típico da idade. As b ompanham a criança pré- PAGF 6 4 Nesse período da vida da criança, são relevantes todos os spectos de sua formação, pois como ser bio-psico-social- cultural dá os passos definitivos para uma futura escolarização. As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da criança, já que através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera mental-mente.

O brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção da criança na sociedade; Segundo Kishimoto (1998) o jogo, vincula-se ao sonho, ? imaginação, ao pensamento e ao simbolo. É uma proposta para a educação de crianças (e educadores de crianças) com base no jogo e nas linguagens artísticas. A concepção de Kishimoto sobre o homem como ser simbólico, que se constrói coletivamente e cuja capacidade de pensar está ligada à capacidade de sonhar, imaginar e jogar com a realidade é fundamental para propor uma nova “pedagogia da criança”.

Kishimoto vê o jogar como gênese da “metáfora” humana. Já, Adriana Friedmann (2006, p. 22), acred’ta que a brincadeira não é um mero passatempo, ela ajuda no desenvolvimento das crianças, promovendo processos de socialização e descoberta do mundo, e afirma que é possível superar os problemas existentes e oferecer melhores condições de desenvolvimento às crianças, mpliando e valorizando o espaço e as oportunidades de brincadeira.

Tanto Kishimoto como Friedmann, basearam seus estudos sobre o brincar em dois pesquisadores do inicio do século XX. que são primordiais para o desenvolvimento infantil: Jean Piaget e Lev Vigótsky, que detalharemos em capítulo à parte devido a sua importância nesse estudo. PAGF 7 parte devido a sua importância nesse estudo. Como podemos constatar o brincar tornou-se o objeto de estudo sob diversos prismas, razão pela qual vem dando lugar a uma serie de proposições.

Em nossa sociedade contemporânea, capitalista e violenta, o brincar tomou outras dimensões. As crianças são “seduzidas” cada vez mais através da midia a possuirem brinquedos cada vez mais caros e cada vez mais tecnológicos, fazendo com que o brincar perca seu sentido primordial que é o de simplesmente fazer a criança, ser ela mesma. Friedmann (2006) aponta-nos ainda que a falta de espaços para brincar faz com que cada vez mais as brincadeiras sejam esquecidas e percam seu significado na vida infantil e em seus saberes. ? nesse contexto que observamos a importância da Educação Infantil como espaço do brincar e de aquisição de saberes e conhecimento e a forma como se ligam nessa aprendizagem. Além disso, acreditamos que o brinquedo tradicional possibilita desenvolvimento da imaginação, fantasia, interação, oralidade e conseqüentemente aprendizagem da criança, podendo Inclusive serem usados como estratégias pelo professor para ajudar a criança a desenvolver a vivencia, percepção e sentido.

Os jogos podem também ser uma forma do professor aproximar-se com mais facilidade das crianças, interagindo e mediando-as, nessa construção do conhecimento. essa realidade é transformada para ganhar outro s’gnificado. Como toda cultura, ela se refere ao que é compartilhado é isso que permite que uma criança brinque com outras. Cultura, numa definição muito rápida, é “tudo aquilo que compartilhamos” (Bougére, 2009). Então, para compartilhar uma brincadeira, é preciso ter uma cultura compartilhada.

Ao mesmo tempo, porém, é preciso entender que cada criança, em função de sua história de vida, tem um jeito particular de lidar com as brincadeiras. Às vezes, ela conhece alguns jogos, mas não outros. Por isso, podemos afirmar que existe também uma indlvidualização dessa cultura, já que nem todos compartilham todos os elementos da cultura lúdica de uma geração. Da mesma forma, há diferenças entre as brincadeiras de meninas e de meninos. A cultura lúdica é a soma de tudo isso, considerando o resultado da vida de cada um. O fato é que a experiência lúdica não é a mesma para todas as crianças. ? verdade que existe uma dimensão local da cultura. Muitas crianças jogam bola de gude – e em lugares diferentes as regras podem ser totalmente diversas. Em alguns locais, desenvolve-se um jeito específico de pular corda. Não há dúvida de que os jogos se adaptam ao contexto, aos hábitos, aos interesses e ao material disponível. pode-se afirmar que “o brincar, por sua natureza livre, esvinculada de finalidades outras que o prazer em si da brincadeira propicia ao ser humano flexibilidade, criatividade e autonomia” (KISHIMOTO, 1996, p. 9-70) O brincar é essencial ? s revela de diversas PAGF 34 tem poder terapêutico natural, além de constituir auxílio na boa formação infantil, nas esferas emocional, social e física. Esquecer-se do brincar é também se esquecer de viver com qualidade de vida, e, ao oferecermos às cnanças a possibilidade de brincar, oferecemos muito mais do que o ato em si mesmo, visível aos olhos, estendemos uma perspectiva de vida melhor, m desenvolvimento mais natural e eficiente, uma socialização decorrente de tão somente brincar. ? no brincar que flui a liberdade de expressar, de criar. O brincar está relacionado a ludicidade , e é muito importante a criança se expressar ludicamente. Um dos pensadores que desenvolveu uma teoria sobre o tema foi Lev S. Vygotsky, que juntamente com seus colaboradores Alexander Curia e Alexis Leontiev (1998), desenvolveram pesquisas no qual busca compreender a origem e o desenvolvimento dos processos psicológicos ao longo da história da espécie humana, levando sempre em conta a ndlvidualidade de cada sujeito, o qual está imerso no meio cultural que o define.

Tais pesquisas foram iniciadas no inicio do século XX. para esses pesquisadores , o homem constitui-se enquanto ser social e necessita do outro para desenvolver-se. Podemos ver claramente que Vygotsky, aborda ao longo de sua obra, o papel que o brinquedo desempenha, fazendo referência a sua capacidade de estruturar o funcionamento psíquico da criança e ainda ressalta que o brinquedo ajudará a desenvolver uma diferenciação entre a ação e o significado. Sobre esse aspecto, encontramos em Rolim, Guerra e Tassineny (2008),

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